E é por considerarmos que foi importante para as cerca de 50 pessoas que marcaram presença, que quisemos publicar integralmente as intervenções ali efectuadas, inclusive as do público. É um texto longo, espalhado por 5 páginas. Poderá ser maçador para muitos dos nossos leitores, que poderão sempre passar à frente, a outras leituras mais leves. Mas os interessados em esclarecer a sua posição quanto a este assunto social de extrema importância não se poderão queixar de falta de oportunidade para o fazerem.
Foi uma sessão cordial, tranquila e proveitosa, apesar de alguns momentos mais "quentes" da conversa, que são naturais no confronto de ideias e de posições antagónicas. De um lado e de outro lado, foram apresentados argumentos válidos. Caberá a cada um dos leitores ler, reflectir e decidir, em consciência, com qual das posições se identifica. O importante, como já anteriormente sublinhámos, é que todos vamos votar, exercendo um direito que é, também, um dever de colaborar activamente na construção da cultura e da sociedade de que fazemos parte.
Como participante activo no debate, não vou fazer comentários ao seu conteúdo. A minha opinião está suficientemente expressa no decorrer do texto. Não posso, no entanto, deixar de registar uma nota pessoal sobre os métodos de argumentação usados. O interesse manifestado por todos foi, desde início, o de esclarecer e clarificar opiniões. Estranhei, por isso, uma tentativa forçada de colar a posição da Igreja ao voto no "sim", através de citações de padres e da Nota da Conferência Episcopal Portuguesa, como se não fosse sobejamente conhecida a posição oficial do Papa, dos Bispos, dos padres e dos verdadeiros católicos, no "não" a esta proposta de legalizar o aborto em Portugal. Todos os intervenientes da bancada do "não" eram pessoas claramente ligadas a instituições católicas, que não quiseram levar a discussão para a religião, por considerarem que esta é, sobretudo, uma questão social e cultural, embora sobre ela a nossa religião tenha uma palavra a dizer e uma posição clara. Se fosse preciso citar documentos a prová-lo, não teríamos feito outra coisa. Curiosamente, foi do lado do "sim" que surgiram essas citações, retiradas do seu contexto, como se legitimassem, por ventura, uma defesa "religiosa" da sua posição. Foi, precisamente, na discussão desse uso "destorcido" que terminou o debate.
Já que o "sim" fez tanta questão em citar o documento, aproveitamos para publicar o seu texto integral, para que não restem dúvidas sobre o seu conteúdo...
1 comentário:
Parabéns Jornal da Golpilheira e seu director, Luís.
Estive a ver o blog e gostei, principalmente dos artigos-debate sobre o aborto, isto para não falar dos teus editoriais, que acho sensacionais.
Continua, acho que vais no caminho certo.
Consulta também o blog vilaheroica.blogspot.com
Até breve.
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