No corre-corre da nossa vida diária, utilizamos centenas de objectos sem olhar para eles, fazemos e desfazemos matérias que vão e vêm ao ritmo da rotina, ensacamos, embrulhamos, escolhemos e recusamos, compramos e deitamos fora. Nessa normalidade de cada dia que passa, temos a sensação de que o mundo gira e avança com a limpeza de uma máquina bem oleada, asséptica e com todos os ritmos controlados. Com a naturalidade com que nascem as flores e as ervas em cada primavera. Com a liberdade com que cai a chuva, corre o rio e sopra o vento. Com a inevitabilidade com que giram os ciclos do relógio da natureza.
Mas se olharmos para o lado, se repararmos no que deixamos para trás, facilmente vamos encontrando os despojos dessa azáfama de consumos diários e podemos até espantar-nos com os estragos que causamos nesse ambiente natural em que nascemos e de cuja qualidade dependemos a cada hora, para continuarmos a viver.
É um pouco essa a experiência que se tem ao visitar duas instituições como a Valorlis e a Simlis. As toneladas de lixo que diariamente produzimos parecem impossíveis e os metros cúbicos de esgotos que entram por minuto na ETAR não podem deixar de nos impressionar. E o melhor é nem pensarmos no que acontecia a toda essa poluição antes de entrarem em acção estas empresas, há cerca de 8 anos. Para onde foram os resíduos, onde se infiltraram as águas imundas?...
Agora que temos parte da resposta, convém não esquecer que há muito a fazer. Apesar da reciclagem estar a aumentar, apesar do tratamento de efluentes ser eficaz, nunca é demais alertar para o cuidado a ter com o ambiente, nem que seja a sensibilizar os tantos que ainda hoje não ligam nenhuma...
É para motivar essa consciência cívica que apresentamos nesta edição um "especial ambiente".
Porque, se não protegermos hoje, morreremos amanhã.
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