São ciclos que dependem de vários factores, "mas sobretudo do clima, que este ano nos trouxe mais chuva do que o habitual nos meses quentes", lembra este responsável. Apesar de menor quantidade produzida, os agricultores acabam por ser compensados com "uma melhor maturação das uvas e a subida notória no grau conseguido, também devido ao calor que regressou nos últimos 15 dias, com que muitos já não contavam".
Ricardo Borges informou ainda ao Jornal da Golpilheira que a quebra de quantidade não irá afectar muito a normal produção da Adega, pois não foi uma descida muito drástica e, além disso, a instituição registou este ano a inscrição de alguns novos sócios. Na data da nossa reportagem, dia 17 de Setembro, já tinham chegado à Adega mais uvas do que no período homólogo do ano passado, mas "ainda é cedo para fazer cálculos sobre a quantidade total, pois notamos que a vindima começou um pouco mais cedo, devido à referida maturação dos cachos", adiantou o gerente.
A verdade é que já não se vê a circulação de tractores de há alguns anos atrás, mas a fila que encontrámos nesse sábado fez recordar um pouco esses "velhos" tempos: chegava ao cruzamento das escolas, na rua da Freiria. Afinal fora causada por uma pausa forçada pela avaria do sistema de recolha, que atrasou o processo algumas horas. Enquanto na Adega os técnicos se esforçavam por reparar o engenho e colocavam sistemas alternativos a funcionar, alguns agricultores iam protestando pelo demora. Mas são momentos que acabam por servir para o convívio e a troca de impressões entre eles, e ao final da noite tudo corria já sobre rodas.
Dos vitivinicultores da Golpilheira com quem conversámos no local, a maioria confirmou a impressão geral de uma produção mais baixa, mas algo compensada com maior grau, o que veio equilibrar os resultados em termos de receita.
Como conclusão, podemos esperar este ano um vinho bem maturado e com pretensões a ser uma boa opção para reserva.
Luís Miguel Ferraz
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