Secretário de Estado presidiu à inauguração na Batalha
O secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, presidiu, no passado dia 22 de Março, à inauguração do Centro de Interpretação do Mosteiro da Batalha. "Este é um exemplo de captação e utilização eficazes dos apoios comunitários disponíveis para o património", afirmou o governante, considerando que se trata de um "investimento enriquecedor" não só para a compreensão do Mosteiro, mas também para a "relação entre o património, a paisagem, o ambiente e o turismo", uma rede que "potencia o crescimento económico". Essa é aposta de futuro para a Secretaria de Estado da Cultura, nas redes de património cultural que "funcionem de forma integrada, criando sinergias e aproveitando de forma eficaz os recursos existentes", revelou Francisco José Viegas na ocasião.
A nova infra-estrutura não vai passar despercebida aos visitantes. Trata-se de um longo corredor "negro" que ocupa todo o espaço da antiga Adega dos Frades, em cujo interior se podem observar vários nichos expositivos com peças originais do Mosteiro e, em grande destaque, diversas projecções audiovisuais com imagens e textos explicativos, algumas com tecnologia tridimensional. Tudo isto, dividido em cinco grandes conjuntos temáticos: o território e a paisagem envolvente; a Batalha de Aljubarrota e a doação do Mosteiro aos frades dominicanos; a construção do Mosteiro; a vida em convento; e o restauro a partir de 1840.
A estrutura expositiva foi desenhada pelos arquitectos Francisco Vieira de Campos e Cristina Guedes, o projecto museológico tem a assinatura de Gabriella Casella, Catarina e Francisco Providência, e o comissariado científico é da responsabilidade de Saul António Gomes, historiador da Universidade de Coimbra, e de Pedro Redol, actual director do Mosteiro da Batalha, que foram também os autores dos conteúdos expositivos e de algumas investigações inéditas, em particular sobre a história do território e da paisagem associada ao monumento.
Segundo nota do IGESPAR, "este novo Centro de Interpretação irá proporcionar uma visita diferente e mais completa ao Mosteiro da Batalha, classificado Património Mundial desde 1983, possibilitando aos visitantes uma melhor compreensão dos seus espaços, da sua evolução construtiva e da sua contextualização histórica e simbólica". Isto "numa atmosfera que convida a embarcar em numerosas viagens pela memória do lugar e pela simbólica do monumento". Ao mesmo tempo, este "enriquecimento da visita" reforça a atractividade deste destino turístico e, por arrasto, do "triângulo monumental complementado pelo Mosteiro de Alcobaça e pelo Convento de Cristo, em Tomar, e do eixo turístico-cultural que beneficia da proximidade de Fátima, um dos principais destinos de turismo religioso de todo o mundo".
Presidente da Câmara envia recado ao Governo
Portagens na A19 devem acabar
Na presença do secretário de Estado, o presidente da Câmara da Batalha, António Lucas, não desperdiçou a oportunidade para enviar um recado ao Governo a propósito da A19, a recentemente inaugurada variante da Batalha. Segundo o autarca, "a via foi construída para desviar o trânsito da frente do Mosteiro da Batalha, mas não está a cumprir esse objectivo", uma vez que o facto de ter portagens afasta os automobilistas da sua utilização. "Está ali uma auto-estrada sem automóveis", enquanto continuam a circular pelo IC2 "cerca de 40 mil viaturas por dia", afirmou.A única solução será acabar com as portagens, até porque "o Estado tem de suportar aquele investimento, por ser uma parceria público-privada, e não é por mais uns cêntimos, que no fundo é a receita das portagens, que devemos continuar a penalizar o Património da Humanidade que aqui temos", defendeu António Lucas.
Luís Miguel Ferraz
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