segunda-feira, 31 de outubro de 2011

172 - Editorial

Luís Miguel Ferraz, director

Já lá vão 15 anos!

Há tantas frases-feitas que se podem escrever a propósito de um aniversário. São 15 anos de trabalho e dedicação a este jornal. São 15 anos de verdadeiro amor, dedicado a esta terra que é minha e a esta gente que sou. São 15 anos de sacrifícios para conseguir a cada mês o tempo necessário ao completar de cada edição. São 15 anos de preocupações para juntar cada euro que pague a gráfica e os correios, e os impostos com que o Estado nos apoia. São 15 anos de paciência para compreender críticas infundadas, incompreensões incompreensíveis, ou jornais deitados ao lixo ainda dentro do saco de plástico. São 15 anos de lutas para superar barreiras que se erguem a cada instante.

E, no entanto, não há frases-feitas capazes de explicar tudo o que significam estes 15 anos de Jornal da Golpilheira. São 15 anos de pedaços retirados ao sono e à família, de corridas contra o tempo para estar em todos os espaços, de penosos exercícios de escrita sobre os pontos negros de uma sociedade que queremos desenhar em círculos coloridos. Mas são também 15 anos de sorrisos e de histórias de vida, de companhia fiel a cada passo do crescimento desta comunidade, de retratos e descrições do belo e do bom que temos e somos.

A cada ano, é sempre tempo de perguntar: valeu a pena? Como se um balanço pudesse retemperar-nos as forças e atirar-nos para a aventura sempre nova de existir. Ou como se o passado pudesse justificar os nossos medos do futuro e obrigar-nos a adiar o presente. A verdade é que cada morte traz um nascimento, tal como cada passo nos leva a outro passo de reequilíbrio. E cada edição deixa no ar a promessa de que a próxima lhe sucederá.

Vale a pena? A resposta vai surgindo enquanto houver um leitor a dizer-nos “gosto” no mural ou na mesa do café. Ou, pelo menos, enquanto houver alguém que pergunta “quando sai o jornal?”.


Já agora, a explicação para o atraso deste mês: estivemos até ao dia 30 a trabalhar na confirmação do programa da Semana Cultural e fomos forçados a esperar para podermos oferecer aos leitores o cartaz definitivo. Valeu a pena, se houver alguém que, ao ler este jornal, decida sair de casa para participar nas actividades propostas.
No mês que vem, veremos...

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