quinta-feira, 30 de julho de 2009

EDITORIAL | Pensar sobre nós mesmos

Uma das mais importantes valências da capacidade racional da pessoa é a de poder pensar-se, isto é, pensar sobre si própria. Esse movimento auto-reflexivo é tão importante que, sem ele, facilmente caímos na rotina das acções e acabamos por tomar decisões erradas e contra o nosso próprio bem.
Se isto é verdade para cada um de nós, também o é para o colectivo. O sucesso das empresas, das instituições ou, até, dos grupos de amigos, depende em muito deste exercício regular de olhar sobre si mesmos enquanto conjunto funcional. Normalmente, trata-se de analisar o passado para decidir no presente o que fazer rumo aos projectos futuros, usando o célebre esquema do "ver, julgar e agir".
Com as comunidades organizadas num território, numa cultura, ou numa religião, o mesmo se passa: nas eleições, votamos naqueles que julgamos mais aptos para compreender a realidade e governá-la; nos valores que defendemos, procuramos que correspondam ao nosso património ético; na prática religiosa que vivemos, sentimos a expressão da fé em que acreditamos.
Vem isto a propósito do destaque desta edição. É salutar e digna de registo a iniciativa que um grupo de cristãos da nossa freguesia tomou, de se reunir para conversar sobre a própria comunidade. Daí resultou, como ideia forte, a necessidade de maior espírito de união entre estruturas e pessoas, para que os objectivos comuns sejam alcançados. Acreditamos que, na continuidade deste trabalho, algumas rotinas se quebrem, alguns sonhos se desenvolvam e algumas obras acabem por nascer. Porque a igreja feita de paredes tem de ser expressão da Igreja feita de pessoas.

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