sexta-feira, 29 de maio de 2009

EDITORIAL | Causa Pública

O destaque deste mês vai para a inauguração da nova sede da Junta de Freguesia. É apenas uma casa, mas a sua importância é maior do que as paredes. O que ela significa é que há um lugar onde se concentra o governo local desta pequena comunidade, constituída freguesia há 25 anos. Ainda que dependente de muitos outros órgãos de poder superiores, desde a Câmara Municipal ao Parlamento, a Junta é o lugar onde podemos e devemos acompanhar as decisões sobre o grupo social que somos. Mais do que uma casa, é uma causa. Uma causa pública que compete a todos nós tomar em mãos, activamente e com responsabilidade pessoal pelo bem comum que ela deve servir. Porque esse é um direito e um dever de todos.
No próximo dia 7 de Junho, seremos chamados a votar nos deputados ao Parlamento Europeu. Apesar de distante, é também um importante patamar de decisão sobre a nossa vida social. Por isso, é nosso direito e dever participar nesta eleição, pois também aqui se exerce o serviço que devemos prestar à causa pública.
A propósito disso, cito a nota da Conferência Episcopal Portuguesa: “Ninguém deve esperar que um programa político seja uma espécie de catecismo do seu credo, mas um modo de compromisso para a solução dos problemas do País. Há critérios que podem contribuir para a decisão de voto e o eleitor cristão não pode trair a sua consciência no acto de votar. Não podemos deixar de apelar, aos políticos em acção e aos candidatos à eleição, que se empenhem, com o seu exemplo e testemunho, em dignificar a actividade política, na edificação de uma sociedade justa e fraterna, sempre possível e mais necessária numa sociedade plural e democrática”.
Esta recomendação pode servir de ajuda a uma escolha em consciência, também aos não-católicos, se nos centrarmos apenas na importância de conhecer as ideias daqueles em quem votamos e de “pôr a cruzinha” naqueles que acreditamos serem mais aptos a defender os valores em que acreditamos, sejam eles quais forem.

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