quarta-feira, 27 de agosto de 2008

EDITORIAL | As incontornáveis festas, misturadas com reflexão e compromisso

As incontornáveis festas de Agosto, que enchem grande parte do calendário deste mês, têm lugar de destaque nesta edição. Porque é bom mostrar a alegria, a confraternização das populações e o dinamismo das comunidades. Mas também porque os motivos de festa revelam algo da alma do povo que as vive.
Podem ser razões do foro religioso, de quem acredita que o espírito também precisa de alimento e celebra em festa os Santos da sua devoção ou o agradecimento a Deus pelas graças que vai recebendo na vida. É o caso das duas festas que se realizaram na nossa freguesia, aos santos padroeiros das duas igrejas mais antigas que aqui se ergueram em séculos passados. Mesmo que, por vezes, o cariz religioso se perca no meio de todo o ruído dos arraiais, haverá sempre momentos em que a o coração se abre ao divino e celebra no seu íntimo um pedido de perdão ou uma acção de graças. E porque a fé é comunitária, o próprio facto de se festejar em comum já é de si um acto religioso.
Podem ser razões de identidade histórica, de memória de heróis, de celebração dos eventos que marcaram de forma indelével a construção do passado e a consolidação do presente. É o caso das festa da Batalha, que pegam no Feriado Municipal do Concelho para relembrar a sua raiz maior, na batalha de 1385, para comemorar uma actualidade de desenvolvimento e prosperidade e para vincar um desejo de se atirar ao futuro com o dinamismo de quem nunca pára de construir e vencer.
Seja isso, seja outra coisa menos poética, as festas servem, pelo menos, para gerar boa disposição, alegria, convívio. E só por isso já vale a pena espelhar nas nossas páginas as imagens e os relatos que as percorreram.
Não deixamos também de, aqui e ali, deixar alguns tópicos para reflexão. Porque é sempre bom pensar no modo e nas causas das coisas que fazemos. Mas também porque até nos silêncios das entrelinhas se poderão retirar conclusões, novas perspectivas e olhares construtores de futuro.
É também motivo de festa a presença entre nós do padre João da Felícia, um missionário nosso conterrâneo que se entrega há alguns anos aos mais pobres do Brasil. Mais uma vez, será bom aproveitar para reflectir no que essa presença poderá significar de apelo, de responsabilidade e de compromisso...

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