Unanimidade na Assembleia Municipal
Ministério do Ambiente aprova mais uma Linha de Muito Alta Tensão no Celeiro. A Assembleia Municipal manifesta a sua indignação e exige suspensão da obra, enquanto a Câmara e os moradores ponderam novas formas de luta.
Apesar de todas as acções de defesa da população do Celeiro, em relação à construção de mais uma Linha de Muito Alta Tensão (Batalha/Lavos) na já tão sobrecarregada estação eléctrica que muito tem crescido nos último anos, o Ministério do Ambiente deu luz verde para essa nova linha. De nada valeram os pareceres negativos da Câmara Municipal em relação a qualquer dos corredores propostos, nem as acções de esclarecimento com variados técnicos de engenharia e saúde, que nunca conseguiram provar a inexistência de risco para a saúde humana daquele tipo de ondas electromagnéticas, e muito menos os protestos da Associação de Moradores do Celeiro e Lugares Limítrofes, que reclama contra esta concentração de campos eléctricos e até contra o ruído constante e muito acima do legalmente permitido.
Perante estes factos, a Assembleia Municipal aprovou por unanimidade, no passado dia 24 de Abril, uma moção contra o avanço daquela nova infra-estrutura no local. "Poderá também valer de pouco, mas é mais uma manifestação pública do desagrado que toda a população da Batalha sente pelo desrespeito dos seus direitos e por não ser tido em conta qualquer parecer das pessoas e entidades locais, quando estão em causa os interesses dos grandes grupos económicos e do poder central", lembrou o autor da moção, Luís Miguel Ferraz.
No documento – entretanto enviado ao primeiro-ministro, ao ministro da Economia, ao secretário de Estado do Ambiente, à Direcção Geral da Energia e Geologia e à Rede Eléctrica Nacional – a Assembleia Municipal manifesta "a sua pública indignação e o seu total desacordo em relação a estas decisões do Ministério do Ambiente e da REN, reiterando a posição da autarquia, nomeadamente, quando à necessidade de assegurar a protecção da saúde das pessoas, antes de qualquer outra preocupação ambiental, mediante a realização de estudos efectuados por entidades idóneas e independentes, que esclareçam cabalmente a ausência de riscos para a saúde pública". Por outro lado, solicita "às entidades competentes na matéria, directa ou indirectamente, a suspensão de quaisquer novas estruturas naquela subestação, enquanto não forem asseguradas as condições expressas acima, e o empenho para resolver efectivamente os problemas que actualmente já afectam com muita gravidade a população do Celeiro".
"A luta ainda não terminou", garante o presidente da autarquia, António Lucas, apontando a via jurídica como próxima linha de combate. "Se mais nada resultar e não forem ouvidas as nossas pretensões, podemos avançar com uma acção em tribunal, se tal for viável, estando já a equipa de juristas da autarquia a estudar o caso", conclui o presidente.
Também Rogério Silva, presidente da Associação de Moradores do Celeiro e Lugares Limítrofes, afirma que não vai cruzar os braços, estando a ser ponderadas, inclusive, "algumas formas de luta pública mais drásticas", caso não seja resolvido o problema da população. "Ou nos dão condições para abandonarmos o local e irmos viver para outro lado, ou resolvem o problema dos ruídos e do excesso de campos magnéticos que ali existe", reclama este morador, adiantando que "construir mais linhas ainda é que não podemos aceitar de forma nenhuma".
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