Nesta edição, não podíamos deixar de destacar a decisão da Câmara Municipal, por vontade do seu presidente, de avançar com o Orçamento Participativo, um método de trabalho nascido no Brasil, praticado em alguns outros países, e já experimentado em apenas sete municípios de Portugal.
Elaborar o orçamento e definir as principais linhas de investimento para um concelho não será tarefa fácil. Mas, ao fim de alguns anos de "traquejo", há rotinas que se instalam e tendências que se vincam, tornando esse trabalho menos penoso e mais automatizado. O que António Lucas quis fazer foi complicar um pouco as suas contas pessoais, convidando os munícipes a darem opiniões, de modo a conseguir-se um planeamento mais próximo das reais necessidades das populações e mais adequado aos seus anseios. Claro que nem todos se dão ao trabalho de participar num encontro destes, onde as propostas são apresentadas com frontalidade, as ideias são transmitidas olhos nos olhos e o contributo se dá de corpo presente e cara revelada. Uma coisa bem mais difícil do que a "crítica de café" que todos fazemos diariamente, porque obriga, no mínimo, a pensar um pouco, a ser razoável e a ponderar a objectividade do que se diz. Foi pena terem aparecido tão poucos... há lições de cidadania que ainda vamos levar algum tempo a assimilar.
No fim da recolha destas participações, a bola fica do lado da autarquia. O sucesso desta iniciativa vai depender muito da forma como se tornar visível o trabalho feito, isto é, na medida em que a autarquia conseguir incluir no seu Orçamento algumas das sugestões do "povo". O executivo terá consciência desta "espada de dois gumes" que colocou na mão dos cidadãos: agora recebe elogios pela abertura e tem argumentos para refutar os que o acusam de não ouvir as populações; mas caso não consiga demonstrar que tomou em consideração essa participação, choverão, depois, com maior abundância as críticas em sentido inverso.
O regresso às aulas e as vindimas mereceram-nos também um olhar mais atento, pois são dois importantes "frutos" da época. A conferir, algumas utilidades informativas e curiosidades recreativas....
[Setembro 2007]
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