quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Aquela mulher... é minha mãe!

Aquela mulher, com brilho no olhar,
firmeza inabalável,
passos apressados, voz forte,
desafiou a todos,
a si mesma desafiou muito mais.
Nunca se deteve... avançou em paz.
É a mesma mulher que, na solidão,
na pobreza ou na fartura,
dividiu tudo o que sempre conquistou.

Aquela mulher
que passou por cima da brasa
dos seus próprios medos,
caminhou enfrentando
a resistência do movimento
dos sem ideal,
dos sem meta, dos sem coragem...

Aquela mulher atravessou montanhas,
percorreu caminhos de pedra,
chorou em silêncio, sozinha;
confiou,
mesmo quando lhe afirmavam
que o mundo ia desabar.

Aquela mulher
é minha mãe!
Ela não seguiu os sinais no caminho,
apontados para o fracasso;
sofreu, viveu, viverá sempre
em tudo ou toda obra,
porque vai deixar muito mais
para a frente do que para trás.
Ivone Boechat

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