quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Edição 116 - Janeiro de 2007


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EDITORIAL | Referendo . Isenção . Opinião

1. Estamos a poucos dias de mais um referendo nacional, o terceiro da nossa democracia e o segundo sobre o mesmo tema: o aborto. Os portugueses são chamados a dizer se querem ou não permitir que qualquer mulher, por qualquer motivo, possa optar por abortar, durante as 10 primeiras semanas de gravidez, sem que seja condenada e garantindo-lhe o Estado as condições para que o faça no Serviço Nacional de Saúde.
Em primeiro lugar, independentemente da opinião que se tenha, todos devem exercer o seu direito/dever de votar, mesmo que branco ou nulo. A abstenção é uma demissão cívica e deve sempre ser evitada, seja qual for o assunto em causa.
Em segundo lugar, cada um deve procurar informar-se sobre a matéria a referendo e tomar a sua posição de consciência formada e tranquila, sem se deixar ir em modas, pressões ou tendências.
Por último, todos devem ser tolerantes para com aqueles que têm opinião diferente da sua e aceitar a decisão do resultado final. Isto, sem prejuízo do direito a exporem a sua posição, em debates, conversas ou campanhas. E sem prejuízo de, apesar da decisão da maioria, continuarem a defender as causas em que acreditam e a viverem segundo os valores que defendem, enquanto tal não significar uma violação da lei.

2. A isenção dos media tem sido um dos temas que anima a opinião pública. Afinal, que significa? Os jornais, rádios e televisões podem ou não tomar o partido de uma das posições?
A questão é complexa e terá de ser entendida em diversos prismas.
A deontologia e a legislação apontam para o rigor, isenção e pluralismo, quando se trata – exclusivamente – do seu papel de informar, de modo a que não haja beneficiação de uma das partes envolvidas em determinada reportagem ou tratamento jornalístico. Neste caso do referendo, por exemplo, seria contra estes princípios a informação de um debate entre dois concorrentes, em que se deturpasse o conteúdo da mesma, em ordem a favorecer um deles.
Já quanto à opinião veiculada, os órgãos de comunicação regem-se por um estatuto editorial e, em última instância, por um director que define os parâmetros da sua actuação. Isto é, para corresponder ao seu estatuto editorial ou ao estabelecido pelo director da publicação, o jornal poderá, em determinados casos, expressar a sua posição sobre um assunto em concreto, pela selecção dos textos de opinião e comentários.
Mais uma vez com o exemplo do referendo, é normal que os media de inspiração cristã transmitam uma linha editorial definida e claramente posicionada num dos campos. Assim sendo, embora com tolerância pela pluralidade de opiniões e sem prejuízo de um tratamento noticioso de rigor e isenção, assumem claramente uma selecção de textos que vão ao encontro do seu estatuto editorial.
Foi o que fez a Rádio Renascença e centenas de títulos, não só cristãos.

3. No caso do Jornal da Golpilheira, tanto na edição passada, como nesta, é isso que fazemos. Assumimo-nos como jornal de inspiração cristã e, como tal, veiculamos opiniões, textos do magistério da Igreja e outros, que defendem a resposta "não" neste referendo.
E não vamos publicar qualquer texto que argumente uma posição contrária aos nossos princípios editoriais. Mas respeitamos os leitores com opinião diferente e desejamos que todos se informem, debatam e tomem uma posição fundamentada.
Prova disso é o apoio inequívoco que damos à realização do debate que a Junta de Freguesia irá organizar, no próximo dia 4, domingo, às 17h30, no CRG. Mesmo que o director do jornal possa, como qualquer cidadão, assumir papel activo na defesa de uma das posições. Apoiamos a iniciativa, porque sabemos que é salutar promover o confronto de ideias e o esclarecimento. Porque da discussão pode nascer a luz.
E quando noticiarmos este debate, procuraremos fazê-lo com rigor, isenção e clareza.

Referendo em debate na Golpilheira | "Sim" e "Não" frente-a-frente

A Junta de Freguesia da Golpilheira vai promover, no próximo dia 4 de Fevereiro, domingo, às 17h30, no salão do Centro Recreativo, um debate de esclarecimento sobre o referendo nacional do próximo dia 11 de Fevereiro. Recordamos que a pergunta é: "Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?".
Assegurando a argumentação de cada uma das duas possibilidades de resposta, a autarquia convidou alguns defensores do "sim" e outros do "não", para que todas as pessoas que vierem participar possam conhecer o que defendem e esclarecer as dúvidas que tenham. Para tal, de cada lado do painel estará uma pessoa da Golpilheira e dois seus convidados, ligados aos movimentos cívicos de cada uma das posições. No momento do fecho da nossa edição, não tinham ainda sido confirmados os respectivos nomes. O próprio presidente da autarquia local, Carlos Santos, comunicou que irá assumir o papel de moderador do debate, procurando que seja "um diálogo construtivo e clarificador da opinião pública, que possa contribuir para uma decisão consciente e bem formada de todos os eleitores".
Na mesma linha, e como contributo para uma informação mais completa de todos sobre este assunto, o Jornal da Golpilheira apoia esta iniciativa, enquadrada na sua missão de formar e informar.
O convite é feito ao público em geral, e em especial à população da Golpilheira. Espera-se uma participação numerosa, para que este colóquio seja vivo e proveitoso para o maior número possível de pessoas e para que todos possam ter oportunidade de colocar as suas questões e partilhar a sua opinião. Não falte!

"O Natal no comércio da Golpilheira"


Concurso de montras embelezou a freguesia
Decorreu este ano a primeira edição do concurso de montras "O Natal no comércio da Golpilheira", promovido pela Junta de Freguesia, em parceria com o Jornal da Golpilheira. A resposta foi muito positiva, com a participação de praticamente todas as cerca de uma dúzia de casas comerciais existentes na nossa terra.
O primeiro lugar foi atribuído ao Supermercado S. Bento, que fez brilhar toda a sua fachada, colocou um presépio na entrada e usou diversos outros materiais de mensagem natalícia no interior do espaço. Em segundo lugar ficou o Café S. Bento, com um grande presépio a ocupar parte do espaço interior e uma original Sagrada Família na janela da montra, feita com papel de revistas. O terceiro prémio foi para a Isaflores, que aproveitou toda a beleza natural das suas plantas e arranjos florais para emoldurar o presépio.
Foi ainda distinguida, pela originalidade, a loja de pronto-a-vestir, retrosaria e papelaria Nanda, que fez um trabalho temático sobre o "sorriso de Natal", com ajuda de dezenas de desenhos das nossas crianças da escola.
Mas os prémios foram quase simbólicos, apenas como "incentivo ao esforço que foi feito para melhorar os arranjos", como referiu o júri, composto pelos membros da Assembleia de Freguesia José Lucas, Adriano Vieira e Marta Frazão.
De facto, "o mais importante é a participação, no espírito natalício de amizade, contribuindo para que a Freguesia fique mais bonita nesta quadra e, ao mesmo tempo, estimulando as pessoas a visitar o noso comércio tradicional", referiu o presidente da Junta, Carlos Santos, na cerimónia de entrega de diplomas de participação. Neste espírito, alguns premiados decidiram entregar o cheque para a campanha "Pão para as crianças do padre João", como sinal de solidariedade para com quem mais precisa e reforçando a ideia de que o prémio não foi o motivo principal da sua participação.
A todos eles, os nossos parabéns pelo trabalho efectuado. Toda a população ficou a ganhar com esta aposta no embelezamento natalício e, portanto, é de continuar a promover a iniciativa em anos vindouros. A Junta de Freguesia já manifestou intenção de repetir a proposta e o Jornal da Golpilheira estará sempre disponível para a apoiar.
Texto e Fotos: LMF

Gaita


por Luís Miguel Ferraz

Tocar a gaita era uma arte popular de entretenimento de antigamente, que aos poucos se foi perdendo. Os mais antigos falam dos bailaricos que se realizavam espontaneamente: bastava alguém começar a tocar sanfona e o pessoal logo se punha a dançar e cantar, por noites a fio. Ora aqui está a prova de que ainda não morreu esse saber ancestral. No café de S. Bento fomos encontrar um animado grupo de tocadores, um na gaita e os outros na botelha.
Não sabemos se, para o final da noite, alguém bailou...

Portal Orelhas com novo "rosto"

O portal regional de Leiria – www.orelhas.pt – tem, desde há umas semanas, um novo "rosto". Mais cor, interactividade e novas rubricas são as apostas desta actualização que ocorre três anos após o lançamento oficial deste portal regionalista.
Entre as novidades, destacam-se novos cronistas para o espaço de opinião, com artigos actualizados semanalmente, de várias personalidades da região de Leiria, de áreas como a política, economia, educação, etc. Ainda no campo da opinião, é possível os utilizadores registados no portal comentarem os artigos que são publicados.
A Liz On-line, responsável pela criação e gestão do portal, tem como objectivo melhorar continuamente o orelhas.pt, de forma a garantir que seja o maior e mais actualizado portal da região de Leiria, com áreas de interesse para diversas idades e utilizadores.
Recorde-se, por exemplo, espaços como o Directório de Empresas – o mais completo da região – ou ainda o canal Região, com informação de relevo sobre os municípios que integram o distrito de Leiria mais o concelho de Ourém.
Por isso, caro leitor, quando quiser sentir o pulsar da região, saber as "últimas", consultar contactos, ou, simplesmente, ler a opinião de alguns cronistas locais, já sabe onde ir: www.orelhas.pt

Despenalizar


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Artur Santana Vieira Leal


Casal da Fonte Velha
N. 29.05.1927 • F. 21-12-2006
Esposa, filhos, noras, genros e netos agradecem a todas as pessoas que se dignaram estar presentes ou que, de outra forma, lhe prestaram homenagem.
Um bem-haja a todos.
O Jornal da Golpilheira apresenta os pêsames a todos os seus familiares e pede aos leitores uma oração pela sua alma.

Jesus

Quem pode enxugar a lágrima
que o amor chorou
nos braços da desesperança?
Quem pode devolver o afecto
que faltou no sorriso da criança?
Quem pode restabelecer a fé
ao incrédulo na desventura,
quem pode ajudar-lhe a suportar
a dor prescrita no livro da criatura?

Só existe uma palavra que socorre o aflito,
só há conforto neste olhar de compreensão,
não há nada igual à ternura concedida,
só existe uma luz no caminho da tormenta,
alguém que tem poder
para segurar-lhe a mão,
aliviar as dores da sua cruz,
outorgar perdão,
restaurar a vida:
Jesus.

Ivone Boechat

Dia da Paz

Dia 1 de Janeiro,
Dia da paz e do amor,
Na época que estamos a atravessar
A realidade não dá valor.

Janeiro para muitos é tristonho,
Mas temos que ter esperança,
Ensinar os jovens e as crianças:
A união faz a confiança.

No mundo pede-se a paz,
Para nós não é novidade,
Para muitos não dói o coração,
Só sabem fazer crueldade.

Um de Janeiro
Faz aprofundar a dor,
Lágrimas, sofrimento e fome;
A tristeza não partilha o amor.

Precisamos de reflectir um pouco...
Janeiro traz-nos novidade,
Paz e felicidade de todos,
Assim há humanidade.

Ao acabar com as guerras,
A paz e o amor ao mundo chegarão;
Ao entenderem-se os governantes,
A compreensão e o diálogo vencerão.

Cremilde Monteiro

Novo valor na minha vida

É uma felicidade sem explicação,
Até faz um avô renascer
É uma nova alegria nascida no coração
E é maravilhoso ver cada dia a crescer.

Quanto ansioso esperei o teu nascimento,
Que foi a 8 de Maio, lindo dia
Para meu enorme contentamento
E grande alegria.

Novo valor na minha vida,
Veio dar mais força há minha caminhada
Minha neta tão querida,
És a minha menina adorada.

Quanto na vida eu preciso
Olhar com muito amor para ti,
Desejando o teu lindo sorriso
De alguém que tanto na vida pedi.

És para mim grande riqueza,
A continuidade da minha geração
És uma linda Bárbara, minha princesa
Neta querida do meu coração.

Sinto-me um avô orgulhoso,
Repito felicidade sem explicação
E dizer que me sinto vaidoso
É valor que o confesso com muita razão.

És o orgulho de todos nós,
e muito mais:
A felicidade de teus pais
E alegria sem limites dos teus avós.

Dedico com muito amor à minha neta Bárbara: que Deus te abençoe,
José António Carreira Santos

A minha opinião sobre o aborto

Uma mulher que quer abortar
Não tem consciência do que está a fazer
Seu bebé dentro do ventre
Grita… mamã não quero morrer!

Não concordo com o aborto
Nem poderia concordar
Afinal tudo se cria!
O bebé que veio ao mundo muitas alegrias vai dar

Mas o nosso egoísmo fala mais alto
Outro filho nem pensar!
Vais parar à pia,
Porque não te quero aturar!

As desculpas do dinheiro e das precárias condições
São as mais usadas
Mas para o tabaco e café e outras coisas banais
Há sempre dinheiro às molhadas

Se minha filha abortasse
Não tinha agora um maravilhoso neto!
Ele só nos trouxe alegria
E anseio tê-lo sempre por perto!

Mulheres que engravidam sem querer
Nunca vades abortar!
Tudo se cria e algo se resolve
E um dia têm alguém para abraçar.

Que mais argumentos são precisos
Para dissuadir a mulher de abortar?
Se não os querem, há mais quem queira
Deixai-os para adoptar!

Há quem viva sempre em guerra
No próprio seio familiar;
Se as famílias vivem em guerra
Será difícil os filhos educar.

Mas não podemos desistir
E os filhos vamos criar
Para um dia governarem o mundo
Pela paz eles vão lutar!

Agora e cada vez mais
Vamos ter Verões muito quentes
Mas nem os 40 e tal graus
Chegam para derreter o gelo de muita gente

Para mim chega o sol de Inverno
Para muitas lágrimas brotar!
Olho para o menino Jesus e choro!
Porque as mulheres estão a perder a capacidade de amar.

Há famílias que travam violentas batalhas
Sem perder a compostura, conseguem aguentar.
Por vergonha? Por medo? Pelos filhos é mais lógico!
E olhem que são aos milhares!

Ai, alma minha! Alma minha!
Estás presa no meu egoísmo!
Ai, alma minha! Alma minha! Liberta-me!
E ajuda a incutir na humanidade um pouco de juízo!

Tomar, 01-01-2007
Helena Maria Pereira da Silva Antunes

Feliz Natal de outro tempo

Sou uma avó de 60 e tal anos e no meu tempo não havia nada. Havia as filhós e íamos à missa, que era muito bonita. Beijava-se o Menino Jesus, cantava-se aqueles versos muito bonitos que toda a gente sabia... aquele "Alegrem-se os céus e a terra" que era tão bonito!
Trinta anos depois, no Natal dos meus filhos, pouco mais havia. Punha-se o sapato na lareira, para que o Menino Jesus fosse lá pôr alguma coisa. O Menino Jesus era tão pobrezinho que só punha no sapatinho aquilo que mais se precisava: uma peça de roupa e talvez um chocolate muito pequenino. E mesmo assim ficava tudo tão feliz!
No Natal de hoje, dos meus netos e de muita gente, gasta-se tanto dinheiro escusadamente, em coisas sem utilidade, brinquedos caros que eles só ligam naquela altura! No outro dia... já estão no caixote do lixo os do ano passado, coisas que custaram tanto dinheiro. É pena fazer-se assim, quando existem tantas crianças que não sabem o que é o Natal e que nunca receberam um brinquedo!
E com isto termino, desejando um feliz Ano Novo, cheio de paz e de muitas felicidades.
São os votos da avó,
Gracinda Monteiro

Cuide do seu jardim, das suas flores e plantas ornamentais

No próximo mês de Fevereiro está na altura de plantar todas as árvores de espécies de raiz nua, podar as roseiras, fazer a sementeira de flores de Primavera, cuidar das flores bulbosas de Primavera que começam a florescer, rever a instalação do sistema de rega e adubar as suas camélias.

Roseiras
Esta é a altura ideal para a poda das roseiras, pois os rigores do Inverno estão a passar e a planta sofre menos com os cortes. Deve aproveitar esta altura, também, para fazer as fertilizações. Se as roseiras estiveram implantadas directamente no solo, ou se tiver muitas roseiras envasadas, deve utilizar o fertilizante inteligente de libertação controlada "BOSKOT ROSE", considerado o adubo da 3ª geração, cuja formulação é: 9% Azoto (N), 9% Fósforo (P) e 20% Potássio (K), contendo ainda micronutrientes, magnésio e enxofre. É um granulado de fácil aplicação, que fornece todos os nutrientes de que a roseira necessita, só voltando a precisar de adubar passadas 18 semanas.
Se tem poucas roseiras e em vaso, o ideal é adubá-las com "BOSKFLORIDO ROSEIRAS", com uma formulação de 6% Azoto (N), 3% Fósforo (P) e 10% de Potássio (K), também com micronutrientes e enriquecido com extractos de algas marinhas. É um anti-stress e bio-estimulante de origem natural, que permite um auxílio precioso nas situações de stress, seja de falta de nutrição, de excesso de calor, ou de frio. Aplique uma vez por semana.

Camélias
As camélias são plantas muito bonitas, de origem asiática e com características muito próprias. Dão flores na época de Outono/Inverno. São flores que duram muito tempo e mantêm-se belas por um período longo, desde que não lhes toque nas folhas. Esta altura é a ideal para o seu cultivo, pois as temperaturas ainda não estão muito elevadas. Estas flores são muito exigentes no que respeita a matéria orgânica, por isso, precisa de solos ricos. Se assim não for, deve enterrar um composto rico em matéria orgânica, o Boskompost TPMC.
Quanto à adubação mineral, é imprescindível também a utilização do "BOSKOT PLANTAS ACIDÓFILAS", com 16% de Azoto, 9% Fósforo e 14% de Potássio, também com micronutrientes, com uma duração de 5 a 6 meses.
No caso de ter poucas camélias, quer no solo, quer em vaso, deve adubar com "BOSKFLORIDO PLANTAS ACIDÓFILAS", com uma formulação de 8% Azoto, 2% Fósforo e 2 % Potássio, aplicando uma vez por semana, durante todo o ano.
Lembramos que as Camélias precisam pouco de luz, bastando algumas horas do sol directo por dia. E quanto à rega, necessitam com mais frequência nos primeiros meses, podendo diminui-las ao longo do tempo. Como quase todas as plantas, para as camélias o excesso de água é muito prejudicial.

Somos responsáveis por nós e pela família humana

Uma nova proposta legislativa será proximamente referendada, pedindo a cada um de nós uma resposta à questão: é lícito interromper uma gravidez, nas suas primeiras 10 semanas, a pedido exclusivo da mulher-mãe?
Aparentemente linear, esta questão envolve vários actores e compromete cada um de nós na resposta que deve ser dada.
E quem são os actores envolvidos? Será apenas a mulher, aqui mãe, assim vestida da sua condição mais distintiva, mais acolhedora, mais criadora?
Não! Nesta questão, decisiva para a nossa cultura, estão em discussão não só as mães-mulheres, mas os filhos (todos os filhos!), os pais, a sociedade, a democracia, a ciência, a vida humana!

+ A Mulher
Aqui, mãe, sob a evocação da bandeira da liberdade, é remetida para uma redutora postura de servidão: proprietária do seu corpo e única, por determinação legal, a responder pelo seu filho, torna-se assim mais sujeita a deveres do que sujeito de liberdade.
A maternidade é vista pela nova proposta legislativa como um mero determinismo biológico, humilhante da sua autonomia – primeira expressão da sua dignidade de mulher – e não como uma superior realização do acolhimento à Vida, de abertura ao Amor.
Aos ombros da mulher é colocada a responsabilidade de responder, solitariamente, a todas as questões envolvidas numa gravidez: as que lhe dizem respeito, as inerentes ao filho, as que respeitam aos pais, as que emergem da sociedade, …, expondo-a agora a todas as formas possíveis de aviltante pressão social.
Não será a mulher-mãe, vítima da pressão de uma engrenagem socio-económica que lhe é efectivamente alheia? Não se estará a transferir para as suas entranhas um conflito que lhe é estranho, remetendo-a sem apelo para a condição de "o elo mais fraco"?

+ O Filho
Não é propriedade dos pais, nem aqui no seu início biológico. Constitui uma absoluta originalidade genética.
É uma nova vida humana, radical novidade, nova e irrepetível identidade, que transporta consigo um olhar singular jamais clonável.
Não será o filho, nesta proposta legislativa que se quer referendar, ofendido na sua dignidade, ignorado na sua afectividade, aniquilado na sua sociabilidade, abusado na sua vulnerabilidade?
Não será imperativo fomentar uma cultura solidária que manifeste, de forma clara e comovedora, o amor humano, afirmando-lhe "é bom que tu existas!", exactamente enquanto um "tu" que, absolutamente distinto, me preenche absolutamente?

+ O Pai
Completamente marginalizado em todo este articulado legislativo, o pai não é! Deixa de ser alguém para ter sido algo que semeou: Se não tem direitos, fica dispensado de deveres nesta "proposta democrática".
Não existe vínculo genético, afectivo, social que exija co-participação no que se relaciona com o também seu filho? Porque se há-de exigir paternidade nominal aquando do nascimento, e conceder isenção de paternidade neste tempo luminoso da vida intra-uterina?

+ A Sociedade
No nosso tempo, afirma-se unanimemente e de forma inequívoca, a urgência na protecção aos mais vulneráveis, aos mais desprotegidos, aos mais frágeis. As propostas de inclusão pululam nas agendas políticas. É justo, oportuno, humano, democrático, propor a exclusão de humanos do tecido humano a que pertencem?
As mulheres geram ovos? Engravidam de embriões? Ou são nichos de amor humano, que acolhem em si exclusivamente vida humana?
A responsabilidade social é eminentemente ética, obrigando-se pois a cuidar maximamente dos maximamente indefesos, desprotegidos, vulneráveis.
E deve ser, também, no nosso tempo, uma responsabilidade eminentemente democrática, respeitadora dos Direitos Humanos, assumindo-se como sociedade atenta ao cumprimento dos deveres de todos e portanto seus, mormente perante os mais "fracos". Não é esta uma indeclinável obrigação dos Estados democráticos?
Fomentando a ideia de que é permitido dispor de uma vida humana nas primeiras dez semanas da sua existência, não estará a sociedade a fomentar uma "tolerância" intolerável, a admitir um humanismo homicida, a questionar a própria causa democrática que quer fazer bandeira sua; em síntese, a cavar uma ruptura civilizacional?

+ A Ciência
A argumentação pouco rigorosa avilta a ciência no debate em curso. A absoluta novidade genética nidifica-se no ovo humano, irrefutavelmente.
Nenhum fundamento científico pode ser evocado para "subtrair" humanidade durante as primeiras 10 semanas de gestação, concedendo-a a partir deste arbitrário marco temporal! Um coração que bate no ecrã televisivo ecográfico, às 6 semanas de vida, ou os membros que se movimentam constantemente às 8 semanas, no mesmo ecrã, por todos visionável, poderão ser ignorados nesta disputa científica?
O acto anti-médico que se pretende legalizar não põe em questão, ele mesmo, não só a verdade científica, mas os fundamentos éticos de uma cultura médica chamada por sua própria essência a um serviço incontestável e incontestado à Vida?

+ A Vida Humana
A Vida Humana é! Não pode estar prisioneira dos tempos nem das vontades.
A dignidade do ser humano, apenas porque é, constitui a raiz que fundamenta o respeito que lhe é devido em todas as etapas, quaisquer que sejam as condições. A sua dignidade é uma constante imutável e inalterável.
É, pois, por ela, por mim, por cada um de nós e por todos que devemos votar!
Votar, não só em sua defesa, mas também em defesa da cultura e do Universo de que somos parte, nós os únicos sujeitos de consciência.
No respeito pelos que foram, pelos que são e pelos que serão, somos responsáveis por nós e pela família humana.
Porto, 25 de Dezembro de 2006
Comissão Diocesana Ética e Vida

Apelo ao «Não» | Patriarca escreve aos católicos

O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, escreveu uma carta aos párocos e comunidades católicas, onde afirma com toda a clareza que a verdade que a Igreja anuncia "sobre a vida, inviolável desde o seu primeiro momento, obriga em consciência todos os católicos", sublinhando, deste modo, que estes "devem votar «não»", recusando "uma lei facilitante do aborto", e pôr em prática as "exigências do amor fraterno… inventando formas de ajudar todas as mulheres para quem a maternidade se torna difícil, momento de desorientação e tentação".
As mesmas verdades são enunciadas na carta encíclica "O Evangelho da Vida", do Papa João Paulo II, e na nota doutrinal da Congregação para a Doutrina da Fé, "sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política", bem como noutros documentos do magistério.
De facto, "o respeito pela vida dos outros, em todos os seus momentos, é antes de mais um dever imposto pela lei natural e universal [fundamento das leis humanas, que a ela não se podem opor], base da exigência ética e da cultura. O judeo-cristianismo assumiu como dever religioso esse imperativo da Lei natural, no mandamento do Decálogo "não matarás". O Patriarca lembra que "vida humana é um todo inseparável, desde a fecundação até à morte natural e o respeito pela vida e o amor fraterno incidem em todos os momentos deste processo".
É mais um contributo de D. José Policarpo para os párocos e demais fiéis fazerem um esforço redobrado na entrega generosa de amor aos irmãos nascituros e respectivas mães, para que, no dia de Nossa Senhora de Lurdes, o povo português diga «Não» neste referendo.

Futsal feminino | Golpilheira acabou com invencibilidade da Caranguejeira

Todos os espectadores que, no passado dia 6 de Janeiro, se deslocaram ao pavilhão da Batalha tiveram a oportunidade de assistir a um excelente espectáculo de futsal, protagonizado pelas duas melhores equipas a praticar a modalidade no escalão feminino, o Centro Recreativo da Golpilheira e a UD Caranguejeira.
Era esperado muito equilíbrio neste jogo e a primeira parte confirmou as expectativas, apesar de a Golpilheira pressionar um pouco mais, impedindo as adversárias de sair do seu meio campo nos primeiros sete minutos de jogo.
À passagem do primeiro quarto de hora, e um pouco contra a corrente do jogo, nasce o primeiro golo da Caranguejeira, naquele que foi também o seu primeiro remate à baliza. Após este golo, a Golpilheira mostrou grande atitude em campo e criou algumas oportunidades de marcar, todas elas travadas pela guarda-redes adversária. Mas, a poucos minutos do final da primeira parte, a capitã de equipa, Sandrita, marcou um grande golo, que restabeleceu a igualdade no marcador, diga-se que justo e bem merecido. O golo surgiu na melhor altura e relançou o jogo para o segundo tempo.
O início da segunda parte trouxe consigo a reviravolta no marcador, com a Golpilheira a marcar dois golos no espaço de cinco minutos e a deixar as adversárias um pouco perdidas no terreno. A vantagem estava conseguida e as "golpilhas" venciam por 3-1. A partir desta altura, as adversárias começaram a ser um pouco mais agressivas e a esperar pelo erro das atletas da Golpilheira. Foi precisamente de erros defensivos, com dois passes permitidos nas costas da nossa defesa, que nasceu o 3-2 e o 3-3.
Com este resultado, a cinco minutos do fim, o jogo estava novamente relançado. Estava instalada a incerteza quanto ao vencedor, mas a Golpilheira não foi abaixo e, com uma força impressionante, resultante também do grande espírito de grupo que se sente no seio desta equipa, como há muito não se sentia, estabeleceu o resultado final em 4-3.
Pelo que se pode constatar, este foi um jogo electrizante e cheio de emoção, do primeiro ao último minuto, que ditou a vitória da melhor equipa, do querer, da determinação, da dedicação deste grupo fantástico.
Por fim, uma palavra de apreço para as largas dezenas de adeptos que se deslocaram ao pavilhão da Batalha e que presenciaram este espectacular jogo. É muito motivante para as atletas sentirem o calor do público, esperamos que continuem a apoiá-las.
Vera Rito

Futsal do CRG dá cartas

Os últimos três meses de 2006 revelaram-se bastante positivos para a Golpilheira, na modalidade de futsal. Senão, vejamos:
As seniores femininas averbaram 11 vitórias consecutivas, em tantas outras jornadas disputadas. A última delas teve um sabor especial, uma vez que foi sobre a actual campeã da modalidade, a quem acabámos por quebrar a invencibilidade, visto que já não perdia há dois anos para o campeonato (a última vez que perdeu foi em Novembro de 2004, também com a Golpilheira).
As juniores lá continuam o seu caminho, em busca do tri-campeonato, amealhando três pontos a cada jornada que passa.
Por último, os seniores masculinos, apesar de não terem entrado da melhor forma nesta época, encontram-se a realizar um campeonato bastante regular, ocupando o terceiro lugar da tabela classificativa.
Esperamos que em 2007 as equipas continuem a seguir este caminho que tanto nos orgulha e consigam concretizar os objectivos traçados no início de época. Boa sorte para todas!

Futsal

Distrital Seniores Femininos
23/12 – Golpilheira 1/Caranguejeira 4 (Taça)
06/01 – Golpilheira 4/Caranguejeira 3
Próximos jogos
20/01, 19h30 (Batalha) Golpilheira – Vidais
27/01, 21h00 (Maceira) Maceirinha – Golpilheira
03/02, 19h30 (Batalha) Golpilheira – G. Alcobaça

Distrital Juniores Femininos
30/01 – Golpilheira 8/Garecus 1
07/01 – Quinta do Sobrado 0/Golpilheira 18
Próximos jogos
21/01, 15h00 (Batalha) Golpilheira – Recreio Pedroguense
28/01, 19h00 (Louriçal) Louriçal – Golpilheira
04/02, 15h00 (Batalha) Golpilheira – Telheiro

Seniores Masculinos (Distrital II Divisão Sul)
05/01 A.D. Portomosense 2/Golpilheira 4
13/01 Golpilheira 3/Amieirinha 3
Próximos jogos
26/01, 21h00 (Casal do Marra) Amarense B – Golpilheira
10/02, 20h30 (Óbidos) Usseira – Golpilheira

ADAL promove caminhadas

A Associação Distrital de Atletismo de Leiria dá mais um passo decisivo na promoção do bem-estar da população do distrito de Leiria, com um Circuito de Caminhadas que irá decorrer até Setembro de 2007, culminando na cidade de Leiria, revivendo assim o ambiente vivido na realização das Corridas e Caminhadas do Dia Olímpico em 2005 e 2006. O objectivo da ADAL é incrementar a actividade física da população do distrito de Leiria, com os benefícios daí inerentes, como sejam a diminuição do colesterol e de lipoproteínas do sangue, controlo de tensão arterial e da obesidade e prevenção das doenças cardiovasculares, diabetes e osteoporose. Com o lema "Vá dar uma volta, vá caminhar", pretende-se, no fundo, contribuir para uma melhoria da qualidade de vida e da auto-estima.
A primeira caminhada teve lugar na vila histórica de Óbidos, já este mês. A segunda caminhada será a 11 de Fevereiro, realizada em simultâneo com o Campeonato Distrital de Corta-Mato no Pinhal da Nazaré, um percurso em plena natureza e com o mar em pano de fundo.
Este circuito de caminhadas "visitará" depois os concelhos de Leiria, Pombal, Porto de Mós, Peniche, Castanheira de Pêra, Ansião e Marinha Grande. Neste momento fazem já parte deste circuito um total de 18 caminhadas, com percursos muito diversificados por locais de uma grande beleza natural e com uma forte componente histórica.
Pretende-se aliar as vertentes cultural e turística com o convívio entre as populações de várias localidades do distrito de Leiria, podendo mesmo ter a participação de pessoas de várias gerações e de todo o país. Por isso, a proposta tem sido lançada aos vários clubes e colectividades da região, para que, além da realização de uma caminhada em simultâneo com as suas organizações atléticas, proponham aos seus associados e amigos a formação de um grupo de caminheiros. Para os pais dos atletas jovens e para todos fica também a possibilidade de, quando se deslocam para assistirem às competições, poderem usufruir dos benefícios inerentes à prática da actividade física moderada.
Carlos Carmino

Escolas de futebol do CRG | Iniciados no primeiro lugar

A equipa de iniciados do 2.º ano do Centro Recreativo da Golpilheira realizou, no dia 7 de Janeiro, um jogo disputado em Monte Real contra a equipa local, que venceram por 0-2. Marcou o primeiro golo o João Paulo e o segundo foi marcado pelo capitão de equipa, Eduardo Silva (Ratinho). Podiam ter dilatado mais o resultado na segunda parte, mas isso não veio a acontecer, pois as bolas teimavam em passar rente aos postes.
Com esta vitória, seguram a liderança do grupo, pois têm vindo a fazer excelentes jogos. A todos os jogadores desejamos que continuem a trabalhar com garra e ao seu treinador "Chalana" damos os parabéns pelo excelente trabalho que tem vindo a efectuar com este grupo, de há uns anos para cá. A todos boa sorte.

Ténis na Batalha

A secção de ténis da Associação Desportiva da Batalha (UDB) organiza, este ano pela primeira vez o, XI Torneio "O Condestável", que decorrerá nos dias 3 e 4 de Fevereiro, nos campos de ténis do complexo desportivo da Batalha.
Trata-se de um torneio sénior de ténis de nível C, aberto às modalidades de singulares masculinos e singulares femininos. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (244766612 / 918655215) ou por e-mail (udb_tenis@hotmail.com), até às 21h00 do dia 1 de Fevereiro.

90 Anos das Aparições | Concurso para crianças

Para celebrar os 90 anos das Aparições do Anjo (2006) e de Nossa Senhora do Rosário (2007) aos três Pastorinhos de Aljustrel – Lúcia, Francisco e Jacinta – o Santuário de Fátima está a promover um conjunto de iniciativas, sob o tema geral "Deus é Amor Misericordioso".
Uma vez que os protagonistas das Aparições foram crianças da faixa etária correspondente à idade de frequência do 1º ciclo, uma dessas iniciativas é um concurso, de âmbito nacional, para escolas públicas e privadas, sobre as Aparições de Nossa Senhora. Às crianças é dada liberdade de expressão, podendo concorrer apenas com um trabalho, sob a forma de desenho ou de texto manuscrito, a enviar ao Santuário até ao dia 16 de Março de 2007. Os trinta melhores trabalhos serão publicados em livro e serão seleccionados os três melhores para publicar também em formato de cartaz, a colocar junto dos locais das Aparições. A atribuição de prémios prevê dois escalões: 1º escalão, os 1º e 2º anos; 2º escalão, os 3º e 4º anos.
Recorde-se que em 2006 foi realizado um primeiro concurso para as crianças, sobre as Aparições do Anjo, em que foram recebidos 1937 desenhos e textos de 54 estabelecimentos de ensino. Os trabalhos seleccionados foram publicados em livro, oferecido como recordação a todas as crianças presentes na peregrinação do dia 10 de Junho.
Mais informação: www.santuario-fatima.pt

Santuário de Fátima | Azinheira de interesse público

A Direcção-Geral dos Recursos Florestais – do Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas – classificou a azinheira que se situa ao lado da Capelinha das Aparições, no Recinto do Santuário de Fátima, de "interesse público". No Aviso n.º 1/2007 desta entidade, com data de 2 de Janeiro, pode ler-se: "É classificada de interesse público uma árvore da espécie Quercus rotundifolia Lamb., vulgarmente conhecida por azinheira, existente no Recinto do Santuário de Fátima, junto da Capelinha das Aparições".
O Bilhete de Identidade da árvore, emitido por esta Direcção-Geral, sublinha o interesse histórico e paisagístico da azinheira da seguinte forma: "Exemplar de grande simbolismo e devoção. Está tradicionalmente associada às aparições de Nossa Senhora de Fátima. Vem citada em muitos documentos primitivos referentes às aparições com o nome de ‘Azinheira Grande’. Os videntes e os peregrinos abrigavam-se à sua sombra para a recitação do rosário, antes das aparições". Deste "BI" constam ainda alguns pormenores descritivos: "A Azinheira Grande tem 100 anos e aparência é considerada boa; a circunferência base tem 4 metros e o diâmetro base tem 1,23 m; o diâmetro médio da copa da azinheira tem 17,90 m, sendo a altura total da árvore de 13,50 m."
"A ideia da classificação é uma decisão interessante. Esta árvore, não tendo sido, em si mesma, lugar de aparições, razão pela qual não se considera uma árvore sagrada, tem o valor de testemunha das aparições de 1917. De facto, nesta data os Pastorinhos já lhe chamavam «azinheira grande»", afirmou o Reitor do Santuário de Fátima à comunicação social, acrescentando que "os primeiros peregrinos e os Pastorinhos abrigavam-se à sombra desta azinheira grande, a rezar o Terço, enquanto esperavam pelas aparições que tiveram lugar, ao lado, sob a pequena azinheira, ou carrasqueira, de mais ou menos um metro de altura".
Para Mons. Luciano Guerra, "foi uma feliz ideia a requalificação do Recinto do Santuário, em princípios dos anos 50, guardar esta relíquia da propriedade rural chamada Cova da Iria, pertencente aos pais da vidente Lúcia". Nos termos da legislação em vigor, este exemplar beneficia agora de uma área de protecção de 50 metros de raio a contar da sua base.

5ª Bênção do Ciclista em Fátima

Os ciclistas portugueses preparam para o dia 28 de Janeiro mais uma peregrinação até ao Santuário da Cova da Iria, onde irão participar na 5.ª edição da Bênção do Ciclista. Presidirá ao encontro D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo Emérito de Leiria-Fátima.
A organização é da União de Ciclismo de Leiria (www.ucl.pt), que conta com o apoio de diversas entidades desportivas, religiosas e autárquicas da região, e prossegue o objectivo de "agradecer à virgem Maria e pedir a sua protecção e amparo nas estradas de Portugal e de todo mundo". Deseja-se juntar os ciclistas de todas as categorias, desde escolas de ciclismo, ciclodesportistas e cicloturistas, até "todos os amantes da bicicleta de estrada ou BTT".
A concentração está prevista, a partir das 11h00, junto ao parque 2 (a Norte da Livraria do Santuário), local onde, às 12h00, será celebrada a Santa Missa e realizada a bênção dos participantes.

Homilia de D. António | "Sede sentinelas da dignidade e do futuro da vida"

Bendita és Tu e bendito o fruto do Teu ventre!
O Evangelho de hoje oferece à nossa contemplação o mistério gozoso da Visitação de Nossa Senhora à prima Isabel. É o mistério da comunicação e do acolhimento mútuo entre duas mulheres grávidas e entre três gerações (Isabel mais idosa, Maria mais jovem e os filhos nascituros).
Cada uma destas mulheres traz consigo um segredo difícil de comunicar e, ao mesmo tempo, difícil de conter escondido: o segredo mais íntimo e mais profundo que uma mulher pode experimentar no plano físico-psíquico – a espera de um filho.
Maria dirige-se "apressadamente" ao encontro de Isabel, não só para a ajudar, mas também para receber ajuda. Quando as duas mulheres se encontram, dá-se uma explosão de alegria.
Isabel ouve a saudação de Maria e logo o menino saltou no seu seio. A partir de um baixo-relevo da Santa Casa de Loreto, podemos contemplar o afectuoso abraço e uma saudação cheia de ternura e de profundo entusiasmo, como que dizendo: "Coragem! Compreendo-te. Não tenhas medo! Também eu estou pronta para ter um filho".
Isabel sente-se compreendida no mais íntimo e o seu temor transforma-se em alegria. Ao mesmo tempo, compreende o segredo de Maria: "bendita és tu e bendito o fruto do teu ventre" ou, de outro modo, "bendita tu e bendito o Senhor que se manifesta no fruto do teu ventre"! Também Maria se sente compreendida, acolhida, reconhecida, amada.
E, das motivações humanas, passam à comunicação da fé que as une e ao louvor pelos dons que Deus realiza nelas e através delas. Contemplam a sua missão de mulheres e de mães e a dos seus filhos à luz do grande desígnio de Deus em favor da humanidade.
Eis pois duas mulheres que se encontram na perspectiva da construção da vida e do serviço à humanidade.


Contemplar a maravilha e o mistério da vida humana nascente
Este quadro da visitação é um convite a contemplar e meditar a maravilha e o mistério da vida humana nascente. Quem não vê aqui reflectida, de algum modo, aquela experiência singular que os pais vivem quando geram um filho? Desde a profunda emoção, quando a mãe se apercebe da gravidez, ao acompanhamento da gestação em que sente o bater do coração e os primeiros movimentos da criança, até ao misto de ansiedade e esperança na proximidade do parto; e por fim, o sentimento de maravilha e deslumbramento quando pegam nele, o contemplam e se confrontam com o seu rosto único, que cresceu escondido no seio materno e agora veio à luz do mundo.
Embora sabendo que é fruto da sua fertilidade e do seu amor, os pais acolhem o filho como um dom que é confiado à sua solicitude, e não como uma coisa ou um objecto de que são proprietários e de que podem dispor arbitrariamente.
Qual o segredo último desta nova vida orientada a desabrochar na flor da consciência e na glória da liberdade? À luz da fé cristã, a geração do ser humano lança raízes no mistério de Deus Criador, fonte de toda a vida. Não é mero produto do acaso irracional e sem sentido da evolução. Traz em si a marca de criatura "à imagem de Deus". "Cada menino que nasce, traz-nos o sorriso de Deus e convida-nos a reconhecer que a vida é dom Seu, a acolher com amor e a guardar sempre e em cada momento" (Bento XVI).
Qualquer homem ou mulher de boa vontade, mesmo não crente, intui que na vida humana que nasce, há um valor sagrado, que inspira respeito e pode ser captado à luz da razão. Um não crente, como Umberto Eco, afirma: "Julgo que o nascimento de uma criança é uma coisa maravilhosa, um milagre natural que devemos aceitar"! E, na mesma lógica, um outro filósofo italiano, Norberto Bobbio, laico e socialista, afirma que a defesa da vida humana, antes e depois de nascer, é "uma causa progressista, democrática e reformista", que não deve ser deixada só aos crentes.


O acolhimento, o cuidado e a protecção do filho em gestação e da mãe que o gera
Verificamos com satisfação que aumenta a sensibilidade em relação à protecção das crianças, às condições dignas da maternidade, à igualdade de todos os seres humanos, à defesa e protecção do meio ambiente. Também cresce em todo o mundo a rejeição da pena de morte e da tortura. Mas, paradoxalmente, assistimos à banalização crescente do aborto que provoca a morte silenciosa de um ser humano silencioso, indefeso e inocente.
Porquê esta desvalorização da vida humana nascente, na escala de valores? Como foi possível à nossa cultura, que tanto se reclama de humanista, pôr a liberdade humana contra a vida humana? Porquê esta distinção discriminatória entre os seres humanos nascidos e os nascituros em gestação? Porque não paramos em contemplação e reflexão sobre o momento luminoso do início da vida humana que hoje as novas técnicas põem diante dos nossos olhos? Porquê o contraste impressionante entre o grande interesse pela ecologia da natureza e o pouco interesse pela ecologia da vida do ser humano em embrião? São interrogações que dão que pensar!
O fenómeno do aborto como chaga social é sintoma de um mal-estar mais profundo de cultura e de civilização, da própria sociedade. Alastra uma visão materialista que reduz o conceito de vida humana a um mero produto ou material biológico; e uma visão pragmático-utilitarista que remete por completo a sensibilidade moral para as fronteiras dos custos, do bem-estar, do conforto etc. E, então, a nossa sociedade torna-se simultaneamente frágil (face aos problemas da vida) e "dura" (nas soluções drásticas) em função da lógica utilitarista e competitiva.
Não ignoramos, nem podemos ignorar que, muitas vezes, a decisão de abortar é fruto de grandes sofrimentos e angústias (sem excluir as pressões), que é um verdadeiro drama para muitas mulheres. Mas pensamos que a um drama não se responde com outro drama: o de destruir uma vida humana que desabrocha e que é o elo mais fraco em todo este processo. A resposta verdadeiramente humana e humanista a este drama é um projecto solidário e galvanizador de todos os recursos da sociedade civil e do Estado, para oferecer todo o cuidado, acolhimento e protecção de ordem social, económica e psicológica tanto ao filho em gestação como à mãe que o gera. Não podemos considerar um sem o outro; e muito menos pôr um contra o outro. A liberalização do aborto, embora disfarçada sob a forma jurídica de despenalização, não é a resposta digna e condigna. É uma fuga em frente, para não atacar o problema nas suas raízes. Não é caminho de progresso, de futuro e de liberdade.
Tudo isto exige um sobressalto e uma mobilização das consciências para uma Nova Aliança entre Liberdade, Vida e Amor – indissoluvelmente unidos – e para uma acção solidária. Como diz o poeta latino-americano Óscar Campana:
Se não há caminho que nos leve,
Nossas mãos o abrirão;
E haverá lugar para as crianças,
Para a vida e a verdade,
E o lugar será de todos
Em justiça e liberdade.
Se alguém se anima, avise,
Seremos dois para começar!
Que este apelo do poeta desperte, na sociedade e nas comunidades cristãs, o empenho para dar apoio concreto às mulheres em situação dramática e proporcionar acolhimento aos bebés que nascem em situações desfavoráveis.
Com humildade, mas com firmeza, continuaremos a propor o valor imenso da vida humana. A defesa da vida com os meios da paz, com a convicção e o testemunho, com os meios duma democracia plural é uma dívida de honra para com o avanço da nossa civilização em ordem a um humanismo integral e solidário. A todos vós confio, pois, um mandato: Sede sentinelas da dignidade e do futuro da vida humana em todas as suas fases e circunstâncias, desde o seu primeiro instante até ao seu ocaso! Não tenhais medo nem vergonha de ser paladinos da simpatia, da estima e do amor por toda a vida humana!


Santa Mãe do Redentor e Mãe espiritual da humanidade:
A Ti dirigimos com confiança a nossa oração, para que se desenvolva nas consciências, sobretudo no nosso continente europeu, o sagrado respeito pela vida de cada ser humano, em todas as suas fases, desde o seu primeiro instante até ao seu ocaso.
O Evangelho diz-nos que, à Tua saudação, o menino saltou de alegria no seio de Isabel.
Nós interrogamo-nos diante de Ti: saltam de alegria os meninos da Europa no seio de suas mães?
Saltam todos de alegria com a esperança da vida que vem de um amor que os acolhe, de uma ternura que os recebe? Que recebe inclusive aqueles que poderiam nascer com dificuldade, em situações penosas para a família?
Está presente nos meninos da Europa, que estão no ventre materno, esta esperança de que nós estamos a preparar para eles um futuro de amor, de acolhimento, de paz?
É isto o que perturba o nosso ânimo, ó Maria, ao pensarmos nesta Europa que envelhece, nesta sociedade farta mas desencantada, que tem medo de viver e dar vida.
Faz, ó Mãe, com que este salto de alegria no seio materno seja para todos um salto de esperança e confiança de que existe uma humanidade boa, sã e corajosa; de que existem pais e mães capazes de receber os filhos com amor; de que, onde há uma situação difícil, há também comunidades cristãs e sociedades dispostas a cuidar do futuro daqueles que estão para vir à luz do mundo.
Faz, ó Maria, com que a Europa não olhe só para o passado, não pense só na sobrevivência de um mundo de idosos; mas que dirija os seus olhos, com alegria, confiança e generosidade, para um futuro cheio de novas vidas humanas.
E, por isso, ensina-nos, ó Maria, a viver com serenidade a nossa vida; a fazer com alegria os sacrifícios quotidianos, a aceitar alegremente as pequenas renúncias que temperam o corpo e o espírito e dão sabor à existência; a ser solidários com todos os que sofrem as angústias da vida.
Confiamo-nos a Ti, queremos deixar-nos conduzir por Ti; e o Teu Coração terno e materno, o Teu Imaculado Coração nos inspirará a amar, proteger, defender e servir a vida, a paz e a justiça em toda a humanidade. Ámen!
†António Marto,
Bispo de Leiria-Fátima

Pão para as crianças do padre João

Dê o seu contributo nesta campanha
Colabore na nossa campanha “Uma cesta de alimentos”, no valor de 10 euros por mês.
O padre João entregará às famílias que têm crianças a morrer à fome...


Desde Janeiro de 2006, já enviámos:
- Jornal da Golpilheira (18 cestas)
- Luís Miguel Ferraz (18 cestas)
- António Monteiro Rosa (17 cestas)
- António e Madalena Almeida (24 cestas)
- Manuel Carreira Rito (6 cestas)
- Maria do Carmo Lucas (2 cestas)
- Luísa Moreira (12 cestas)
- Anónimos (27 cestas)
- Supermercado S. Bento (4 cestas)
- Manuel Pinheiro Ferraz (1 cesta)
- Café S. Bento (3 cestas)

Inscreva-se nesta lista! Contacte:
- Centro Recreativo - Tel. 244 768 568
R. Baçairo, 856 - 2440-234 Golpilheira
- Pe. José Gonçalves - Paróquia da Batalha
- António Monteiro Rosa - C. Mil Homens

Uma iniciativa do Jornal da Golpilheira
Apoios: Paróquia Batalha • Rádio Batalha • CR Golpilheira •

VOTOS DE BOAS-FESTAS!

Agradecemos o envio de votos de Boas Festas por ocasião deste Natal e Ano Novo, tanto por correio postal, como por correio electrónico, a:
ACOS – Associação de Criadores de Ovinos do Sul (Ovibeja) • ARICOP - Associação Regional dos Industriais de Construção e Obras Públicas de Leiria • Assembleia Municipal da Batalha • Baquelite Liz • Bonsai • C4E - Centro de Estratégia, Eficácia e Eficiência Empresarial • Câmara Municipal da Batalha • Câmara Municipal de Guimarães • Canon Copicanola • Cáritas Diocesana de Leiria • Casa-Museu - Centro Cultural João Soares • Catarina Bagagem • CEPAE – Centro do Património da Estremadura • CERCINA – Cooperativa de Ensino e Reabilitação de Crianças Inadaptadas da Nazaré • CIP - Confederação da Indústria Portuguesa • Comunidade Canção Nova Portugal • Contraponto • Cremilde Monteiro • CTT Correios • Espiritanos – Lisboa (Pe. Tony Neves) • Fátima Virtual • Federação das Associações Portuguesas de França • Folheto Edições e Design • Fundação Ajuda à Igreja que Sofre • Fundação Maria Mãe da Esperança • Gávea - Escola de Engenharia da Universidade do Minho • Governo Civil do Distrito de Leiria – Governador Miguel Medeiros e Adjunto Adelino Mendes • Grupo dos Amigos de Olivença • Grupo Hotéis Afonso V • Inforlândia • JS de Pedrógão Grande • JS de Peniche • Maria Ofélia Moleiro (deputada AR) • Museu de Arte Sacra e Etnologia de Fátima (Missionários da Consolata) • Museu Etnográfico do Freixial • NDML / Kartódromo de Leiria • NERLEI - Associação Empresarial da Região de Leiria • Notícias de Colmeias • Notícias do Centro • O Contador de Histórias • O Mensageiro • Ondjoyetu - Grupo Missionário Diocesano • Padre João da Felícia • Paulo Batista Santos • Pequenos Vícios • Pneus 32 • Portal do Turismo Activo Português • PSD - Distrital de Leiria • Rancho Folclórico Rosas do Lena • Região de Turismo Leiria/Fátima • Renault • Rui Dias José • Santuário de Fátima • Sistema4 • Sociedade de Reconversão Urbana da Cova da Iria, EM • TinteirosWeb, Lda • Valério e Filhos, Lda. • Virtual Net.

Agradecemos, também, a todos os leitores e amigos que nesta quadra nos dirigiram – pessoalmente, por telefone ou por SMS – os seus votos natalícios. Uma palavra de especial gratidão aos anunciantes que marcaram presença nas nossas edições do ano transacto, contribuindo o sucesso deste trabalho.

O director, Luís Miguel Ferraz

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Carta do Brasil | Trabalhar com esperança

Estava para vos escrever quando apareceu o seu e-mail de Boas-Festas. Deixou-me feliz, obrigado! Espero que todos tenham tido umas felizes festividades do Natal, um bonito dia de Reis, com muitos presentes, e também a passagem do ano novo. Votos de que o 2007 seja ainda melhor.
Já me chegaram às mãos 3 nossos jornais. São sempre bonitos e bem elaborados. Cheios de notícias. Quando ele chega leio-o todinho. São bonitos os testemunhos sobre o trabalho em Angola e a ajuda a Liliana Silva...
Aproveito para agradecer as ofertas que me chegaram. Agradeço a todos que mandam ajudas, pois o povo aqui é carente, especialmente porque não há trabalho. Na cidade de S. Paulo chega gente de todo o Brasil procurando trabalho e, quando chega aqui, se torna bandido, porque não encontra trabalho e tem de viver de algum jeito. Vai para a cadeia e lá está melhor porque, pelo menos, tem tecto e alimentação e outras mordomias... além de aprender tudo o que lhe falta para aperfeiçoar a arte!
A esperança é a última que morre e agora esperamos que o presidente Lula, neste seu segundo mandato, consiga dar mais um passo em frente, ajudando a criar um país de verdade.
A toda a nossa boa gente, um abraço amigo e uma saudação cheia de paz, que vem do recém-nascido, Cristo Senhor. Adeus,
P. João M. da Felícia

Natal na Missão da Donga - Angola


No dia 20 de Dezembro partimos rumo à missão da Donga, para passarmos o Natal junto das pessoas pelas quais viemos. Há mais de 20 anos que aqui não era celebrado o Natal.
Saímos eram 10h00 e chegámos às 22h00. No tempo seco, fazíamos esta viagem em cinco horas. Foi deveras cansativa. A picada está cada vez pior e, progressivamente, ficou praticamente intransitável uma estrada por onde já passaram carros ligeiros. Cavar, empurrar, voltar a cavar, várias tentativas, lama e mais lama, ravinas, valas enormes no meio da picada, pedras, muita água e mais uma vez a pá, a catana, a picareta, a barramina, até a colher de pedreiro, tudo serviu para ajudar o carro a seguir o seu caminho. Chegámos!
No dia 21 de Dezembro, ainda com pouca gente, iniciámos as nossas actividades. Ao longo dos dias, o número de pessoas foi aumentando consideravelmente. Os padres Vítor e David orientaram o retiro dos catequistas, deram formação catequética às pessoas sobre o Natal, atenderam de confissão e presidiram à Eucaristia. A Vera dedicou-se mais ao atendimento na cantina da missão, proporcionando àquele povo o acesso a material escolar e medicamentos, quase inexistentes por estas bandas. Eu e a Sónia estivemos com as crianças, desenvolvendo várias actividades alusivas ao Natal, das quais, inclusivamente, nasceu um presépio. Ainda trabalhei um pouquinho com as mamãs e dei assistência realizando vários curativos simples.
O trabalho com as crianças não é de todo fácil. É um processo muito, muito lento. Existe uma barreira muito grande que nos separa. Essa barreira é a timidez, o medo, a novidade de alguém cuja presença não é habitual. As crianças falam muito pouco connosco, daí, por vezes, termos a sensação de que não estão a captar nada, ou que não estão interessadas, ou que não percebem, ou, por outro lado, absorvem tudo com todo o afinco, até os nossos mais ínfimos gestos…realmente ainda não descobri o que vai dentro de cada criança!
O certo é que trabalhámos em redor desta época que se vive. Falámos de Jesus, do presépio, das figuras que o circundam, desenhámos, pintámos e até esculpimos presépios em barro. Construímos um presépio na igreja e expusemos todos os nossos trabalhos.
O trabalho com as mamãs foi um "partir pedra", de onde saíram apenas umas lasquinhas. Apenas consegui reunir-me com elas uma vez. Depois, as mais velhas não falam português e as mais novas que o falam não conseguem traduzir para as mais velhas. As mais velhas ralhavam com as mais novas, por elas não traduzirem e estas riem-se. Eu ali no meio não percebia nada… enfim, dei o meu melhor. Tinha mais coisas preparadas, que não foi possível partilhar, mas as mulheres africanas não têm tanta disponibilidade. São elas que tratam da comida, de ir buscar água, cuidam das crianças, da roupa, da lavra, enfim, de tudo.
No dia 24 à tarde, realizámos um convívio, que constou do seguinte: teatro alusivo ao nascimento de Jesus, muito bem apresentado pelos catequistas; música com as crianças que cantaram e encantaram o público presente; momento de descontracção, com adivinhas, pequenas histórias e anedotas.
A nossa ceia, em família Ondjoyetu, e graças à Ana Bela, mãe da Vera, foi tipicamente portuguesa: desde o bacalhau, batatas cozidas com couves, azeitonas, tremoços, presunto, queijo, e até um bolo-rei estiveram presentes na nossa mesa.
A Missa do Galo foi o auge desta noite, dando vida ao momento litúrgico e mais importante desta época natalícia: o nascimento de Jesus.
O dia de Natal ainda foi passado com a comunidade, tendo nós regressado ao Sumbe no dia seguinte.
O Natal em Angola?
No mato, onde nós o vivemos, o que identifica esta época é mesmo a celebração do nascimento de Jesus. As famílias que têm algumas posses matam e comem um galo, para assinalar a festa. Não existe uma pontinha de Natal comercial.
Na cidade, já se vêem umas luzes e umas quantas árvores de Natal, mas o sentido é o mesmo, festeja-se em Eucaristia. Só os mais abastados é que se recheiam com ornamentos comerciais. Natal em simplicidade, vivido em genuinidade profunda!
Sempre juntos!
Tchauéééé!
Catarina Bagagem

Batalha convida autocaravanistas

O município da Batalha inaugurou, no passado dia 13 de Janeiro, uma "Área de Serviço e Pernoita" especialmente concebida para o apoio às autocaravanas. Localizada na zona desportiva da vila, está equipada com um sistema de uso gratuito que permitirá aos milhares de caravanistas que anualmente visitam o concelho e a região abastecerem-se de água potável, carregarem as baterias eléctricas dos veículos e procederem ao despejo dos detritos que acumulam nas viagens. Junto a este equipamento foi reservado um espaço de estacionamento para cerca de 15 caravanas, com uma zona de piqueniques, devidamente iluminado e dotado de acesso à Internet sem fios.
No acto inaugural, foi assinado um protocolo entre a autarquia, responsável pela construção e pela garantia da manutenção e uso gratuito do equipamento, e o Clube Português de Autocaravanas (CPA), que deu colaboração técnica a este investimento e certificou a qualidade do mesmo, comprometendo-se também na sua divulgação ao nível internacional, como ponto turístico de excelência para os autocaravanistas.
António Lucas, pre-sidente da autarquia, lem-brou que esta é uma ideia antiga do executivo, que há muito pondera a criação de um parque de campismo para caravanas ou o apoio a privados que o quisessem implementar. "Como tal tem sido adiado, encontrámos nesta solução, de baixo investimento, uma excelente resposta para apoio a este segmento turístico, no qual o concelho da Batalha regista índices de procura bastante elevados por parte da comunidade europeia caravanista". Este será, sobretudo, mais um ponto a favor da fixação do turismo que passa pela Batalha a correr para Fátima ou outros destinos. "Com este serviço de qualidade, os autocaravanistas podem usar a Batalha como porto de abrigo nas suas deslocações na região centro e aproveitarem para conhecerem muitas outras potencialidades turística do concelho, além do mosteiro", afirmou o presidente.
"Este evento marca definitivamente uma mudança de atitude dos responsáveis autárquicos perante o crescente movimento autocaravanista", defendeu a direcção do CPA. "Criar condições e disciplinar o movimento, estacionamento e pernoita e não proibir indiscriminadamente e sem qualquer nexo o acesso às localidades das autocaravanas é, sem sombra de dúvida, a atitude mais sensata e indicada para o desenvolvimento desta forma de turismo que se encontra em franca expansão".

Memória do 1º encontro
Esta inauguração foi pretexto para a realização do 87º Encontro Nacional de Caravanistas, organizado pelo Clube de Campismo da Marinha Grande com o apoio do CPA, que juntou na vila heróica, entre 12 e 14 de Janeiro, mais de 300 autocaravanistas nacionais e estrangeiros. Este número demonstra claramente o universo dos adeptos desta modalidade de turismo itinerante, que se afirma em grande expansão (ver caixa em baixo).
Curiosamente, o primeiro encontro de autocaravanistas de Portugal teve lugar, precisamente, na vila da Batalha, a 27 de Janeiro de 1990…

Caravanismo em crescendo
Em Portugal, segundo o Clube Português de Autocaravanas (CPA), existem cerca de 5 mil destes veículos e o ritmo de crescimento atinge uns impressionantes 20 por cento ao ano. "Estima-se que circulem na Europa mais de 2 milhões de autocaravanas, muitas delas a circular no nosso país a maior parte dos meses de Outono e do Inverno, fugindo aos climas frios das suas origens". Esta prática de turismo itinerante atrai cada vez mais adeptos, pelo facto de "os seus praticantes circularem ao longo de todas as estações do ano e não só no Verão", refere a mesma associação, salientando que "os autocaravanistas assumem-se como consumidores do comércio local", com especial apetite pela gastronomia, artesanato e cultura próprios dos locais onde param.
Luís Miguel Ferraz

Batalha apoia habitação de casais jovens

O executivo da Batalha introduziu novas alterações no âmbito do regulamento das obras de edificação própria e permanente, alargando o apoio dirigido aos jovens casais.
Desde o ano 2000 que o município tinha regulamentada a isenção total de taxas para o licenciamento de habitação, desde que o requerente (solteiro) não tivesse mais de 25 anos e rendimentos não superiores a 3 salários mínimos, ou a soma de idades do casal não ultrapassasse os 50 anos e os rendimentos fossem inferiores a 6 salários mínimos. Para além destas vantagens, os jovens tinham ainda a possibilidade de requerer os ramais de água e esgotos com uma redução de 50%.
As medidas agora implementadas, na continuação desta política de apoio à juventude, ampliam a atribuição da isenção de taxa de construção aos jovens até aos 30 anos, ou casais com soma de idades inferior a 60 anos, mantendo-se as restantes condições. Para garantir que este apoio se destine apenas aos casos em que o mesmo se justifica, foi introduzida uma cláusula de limitação da área de construção ao máximo de 240m2.
De acordo com António Lucas, presidente da Câmara da Batalha, "estas medidas demonstram a firme vontade do município em criar boas condições para que os jovens se sintam cada vez melhor neste concelho". Uma política que promove a fixação dos jovens aqui residentes e convida outros a morarem no nosso concelho, ao mesmo tempo que garante a solidariedade social para quem mais necessita, sobretudo numa fase tão sensível como é o início da vida conjugal.

Reciclagem e solidariedade na EPAMG

O 1º ano do curso de Animador Sóciocultural da Escola Profissional e Artística da Marinha Grande, no âmbito da disciplina de Área de Estudo da Comunidade, encontra-se a desenvolver o projecto "Operação EPAMG", inserido no módulo "A comunidade é partilha e pertença".
A iniciativa consiste na recolha de papel (jornais, revistas, panfletos, publicidades, entre outros), para posteriormente ser entregue na empresa Renova em troca de papel para impressão, guardanapos, lenços, papel higiénico, entre outros produtos que se considerem úteis para utilização na escola.
A professora da disciplina, Ana Luísa Oliveira, comentou que "além de envolver a escola, os alunos já conseguiram envolver a comunidade local, tendo em conta que vizinhos, amigos, famílias e cafés têm vindo a juntar papel para os alunos trazerem para a escola". Também a empresa Plasgal ofereceu colaboração, cedendo os sacos para embalar o papel.
Pensa-se ter atingido o objectivo principal da actividade, que era a implementação das palavras-chave escolhidas de acordo com a sigla da escola: Escolher; Preservar; Angariar; Motivar e Ganhar.

Oferta de Matraquilhos
Já os alunos do 2º ano do curso de Gestão de Recursos Humanos da mesma escola, depois de uma visita ao centro de acolhimento a menores "Girassol", integrada na disciplina de Área de Integração, propuseram à escola e aos seus professores uma recolha de fundos para poderem contribuir de alguma forma para que as crianças que visitaram possam sorrir ainda mais.
Assim, em colaboração com os colegas do 1º ano do mesmo curso, reuniram um conjunto de bens essenciais para a criação de um cabaz de Natal, a sortear na festa da escola. Depois da campanha, compraram uma mesa de matraquilhos, que foram entregar pessoalmente às crianças do centro.
Este foi mais um exemplo de solidariedade, entre outros que os alunos da EPAMG têm desenvolvido, aliando à sua formação a faceta solidária e de compreensão dos problemas que afectam a nossa sociedade, em especial na comunidade marinhense.
Telma Santos

Estalagem da Batalha reabre

Com raízes que se estendem à tradição da hotelaria ancestral da Batalha e implantada junto ao Mosteiro desde 1972, a Estalagem Mestre Afonso Domingues foi alvo de uma recente remodelação por parte dos seus proprietários, engenheiro António de Almeida Monteiro e esposa Maria Cândida, que agora voltaram a assumir os comandos desta unidade, depois de uma longa experiência de concessão à ENATUR / Pousadas de Portugal.
A reinauguração do espaço foi oficializada, no passado dia 13, numa sessão que contou com a presença do presidente da autarquia batalhense, de presidente da Região de Turismo Leiria-Fátima, do representante do Governador Civil e de outras personalidades ligadas à história desta casa de hospedagem. O proprietário lembrou alguns dos momentos mais significativos do seu passado, mas apontou sobretudo para a necessidade de se investir no futuro, numa filosofia turística que assentará necessariamente na trilogia: mosteiro / vila heróica / batalhenses. "A vila tem de ser a moldura bem viva deste monumento e os batalhenses terão de ser a alma da vila, pela sua simpatia e capacidade inventiva de acolhimento", defendeu António Monteiro, afirmando que só nesse contexto valerá a pena o investimento e outros que se venham a fazer em prol do turismo regional.
Procurando responder às mais recentes normas de qualidade e tecnologia, o edifício sofreu a substituição das redes de electricidade, climatização, comunicações, televisão e Internet, bem como de remodelação interior e decoração de espaços. Dotada com 22 quartos, dos quais duas suites e um preparado especialmente para deficientes, a estalagem está actualmente numa fase de "contacto com agências, procura de mercados e experiência de funcionamento", como revelou Sofia Ligeiro, gerente do empreendimento que emprega 16 pessoas, adiantando que "temos consciência de algumas dificuldades iniciais, mas confiamos no futuro, sobretudo quanto à resposta do mercado nacional, dado o grande número de visitantes que o Mosteiro recebe diariamente".
O público-alvo durante os últimos anos de concessão era a classe média/alta, mas essa é uma realidade que "sem baixarmos a qualidade queremos também alterar, possibilitando a estadia a preços mais acessíveis, a rondar a média dos 60 euros", afirma esta responsável. A mais-valia, assegura, é "o ambiente familiar que proporcionamos, em que o cliente não é tratado como um número, mas sim pelo nome próprio".
LMF

Carta Educativa do Concelho da Batalha

A Carta Educativa do Concelho da Batalha (CECB) recebeu o parecer favorável do Conselho Municipal de Educação e foi aprovada na última sessão da Assembleia Municipal, no passado dia 11 de Janeiro. Trata-se do "instrumento de planeamento e ordenamento prospectivo de edifícios e equipamentos educativos a localizar no concelho, de acordo com as ofertas de educação e formação que seja necessário satisfazer, tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos, no quadro do desenvolvimento demográfico e sócio-económico de cada município", segundo diz o decreto-lei que regulamenta este documento". Por outras palavras, é um documento onde se apresenta o que existe actualmente em termos de escolas e outros edifícios escolares, e se faz a previsão do que deverá no futuro ser mantido, encerrado, aumentado ou melhorado.
A sua elaboração foi da responsabilidade da autarquia e passa a integrar o Plano Director Municipal, estando ainda sujeita a ratificação governamental mediante parecer prévio vinculativo do Ministério da Educação. A sua aprovação é, aliás, obrigatória para que o município possa candidatar-se aos fundos comunitários para projectos relacionados com a educação, pelo que este foi um passo importante nesse sentido.
Tendo em conta que "o ensino, a formação e a cultura são os pilares fundamentais do desenvolvimento", como sublinhou António Lucas, presidente da Câmara Municipal, na apresentação do documento aos deputados municipais, "faz todo o sentido que este sector seja planeado atempadamente e com rigor, tomando por base a realidade existente e antevendo as necessidades futuras".

Diagnóstico
As primeiras 110 páginas da CECB são dedicadas ao "diagnóstico prospectivo", onde se analisa a situação sócio-económica do concelho, as suas fragilidades e potencialidades e as linhas estratégicas da sua política educativa. São elas: "tornar o concelho da Batalha, nos próximos 5 anos, num município de referência, a nível nacional, do desenvolvimento da qualidade educativa; dotá-lo de um projecto educativo local participado e de qualidade; criar condições para que os decisores económicos privados o reconheçam como local ideal para investimentos que exijam recursos humanos de elevadas competências; contribuir para que se afirme cada vez mais como local de inovação social, cultural e educativa; e favorecer a criação de uma unidade de apoio ao desenvolvimento da qualidade no sistema educativo concelhio".
Neste diagnóstico é, ainda analisado o sistema educativo, quanto a "procura e oferta da educação pré-escolar, ensino básico e secundário", verificando-se, freguesia a freguesia, escola a escola, o que existe e que deverá existir. E termina com uma referência especificada às respectivas taxas de escolarização, aproveitamento ou retenção.

Reordenamento da rede
Na segunda parte do documento, apresenta-se uma "proposta de reordenamento da rede educativa", tendo por base os dados do diagnóstico efectuado e o aproveitamento dos recursos existentes. Defende-se a integração vertical dos três ciclos do ensino básico e pré-escolar, numa lógica de "funcionamento em rede", em que os equipamentos são rentabilizados ao máximo, ao serviço de todas as necessidades dos vários graus de ensino. Esta conjugação de parcerias, partilha de recursos, articulação de docentes dos vários níveis e aproveitamento de sinergias complementares, mesmo entre freguesias, serão conseguidas, segundo este estudo, num "Território Educativo" coincidente com o concelho, funcionando em torno de uma escola nuclear, a secundária Mouzinho de Albuquerque. Dada a sua distância da sede do concelho, pondera-se um Território Educativo independente em S. Mamede, em torno do colégio ali existente, mas há dúvidas sobre essa possibilidade legal, por não ser uma escola da rede pública.
Nestes territórios educativos, a escola nuclear passa a funcionar como "centro de dinamização e de apoio, tanto sob o ponto de vista pedagógico, como de instalações, congregando maiores e mais especializados recursos físicos e humanos e centralizando funções e actividades que não é possível desenvolver em escolas mais pequenas". O plano de reordenamento é calculado numa perspectiva aproximada de 10 anos, estimando-se o crescimento populacional em 13% até 2014.

Plano de execução
Assentando numa política de actualização constante dos indicadores e de correcção em pequenos planos de intervenção anuais ou bienais, foram, para já identificadas três medidas a concretizar. Como primeira prioridade, surge a construção de um centro escolar para jardim-de-infância e 1º ciclo na Batalha e outro similar em S. Mamede. Em segunda prioridade, a construção de uma nova escola do 1º ciclo no Reguengo.
Quanto à Golpilheira, o documento aponta para a centralização do 1º ciclo, tal como acontece actualmente na escola EB1 central, encerrando-se definitivamente a de Bico Sachos, ficando o ensino pré-escolar também concentrado no jardim-de-infância recentemente construído. O apoio social e familiar (ATL e refeições) será assegurado na freguesia pela parceria com o Centro Recreativo.
De salientar que o financiamento das construções previstas está dependente da sua aprovação no quandro do ministério da educação, após aprovação desta Carta Educativa.
LMF

Campo Militar de S. Jorge reúne parcerias

A Fundação Batalha de Aljubarrota (FBA) celebrou um protocolo de colaboração com a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), no passado dia 15 de Janeiro, no Campo Militar de São Jorge, em Porto de Mós, tendo como objectivo "alargar o conhecimento sobre o acontecimento único que foi a Batalha de Aljubarrota, bem como a dinamização cultural deste local, aproveitando as sinergias entre estas duas entidades". Na cerimónia marcaram presença meia centena de pessoas, entre as quais, os presidentes das câmaras municipais da Batalha, de Porto de Mós e de Alcobaça.
"O projecto de recuperação e valorização do Campo de São Jorge deverá necessariamente estar sempre ligado a uma sólida vertente cultural e de investigação histórica, razão pela qual o estabelecimento de um trabalho conjunto, de longo prazo, com a Universidade de Coimbra, se afigura extremamente oportuno e promissor: oportuno, pois verifica-se antes da inauguração do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, o que permitirá a sua contribuição para este projecto; promissor, pois para além da Universidade de Coimbra ser, dentro das melhores universidades portuguesas, a que mais próxima se encontra do Campo de São Jorge, dispõe também dos recursos técnicos e humanos necessários para a investigação a realizar no campo de Batalha de Aljubarrota", salientaram em comunicado os responsáveis da fundação.
Segundo o acordo, a FLUC oferecerá aos seus graduados e pós-graduados a possibilidade de colaborarem com a FBA, através de estágios profissionalizantes, enquadrados na formação concedida pela universidade, enquanto que a fundação facultará aos docentes, investigadores e estagiários da faculdade o acesso a informação e documentação, prestando apoio à realização de trabalhos de investigação nos seus domínios de conhecimento. Paralelamente, ambas as instituições colaborarão na "recuperação e valorização deste e de outros campos de batalha de interesse relevante para a formação e consolidação de Portugal, como país livre e independente".

Centro de Interpretação
No contexto deste evento, Alexandre Patrício Gouveia, presidente da FBA, e Lúcia Gonçalves de Brito, coordenadora do Centro de Interpretação que está a ser implementado no local, dirigiram uma visita às instalações, onde apresentaram os objectivos dedicados a cada espaço. Estes responsáveis anunciaram um projecto a realizar em parceria com a Câmara Municipal da Batalha, da criação de um Centro de Multimédia na primeira posição do exército português, a construir na Quinta do Fidalgo, na Batalha. "Serão dois pontos de atracção a concretizar, sempre com o apoio e orientação da comunidade científica e cultural portuguesa", referiu o presidente da fundação, reiterando a convicção de que "este será o principal ponto de turismo cultural em Portugal".

"Engenho & Arte" na Batalha

A galeria Mouzinho de Albuquerque, na vila da Batalha, está a receber, entre 12 e 21 de Janeiro, a primeira das sete exposições de obras concorrentes ao «Engenho e Arte». Trata-se de um concurso promovido pelo Grupo Lena, com apoio das autarquias e da comunicação social regional, que visa premiar os artistas plásticos que aceitaram o desafio de representar artisticamente as obras de engenharia construídas mais recentemente nos municípios aderentes. De salientar que o Jornal da Golpilheira foi o meio de comunicação escolhido para apoiar a iniciativa na sua edição batalhense.
Segundo a organização, esta primeira edição do concurso pautou-se pelo sucesso, já que foram apresentadas 89 obras a concurso, já apreciadas pelo júri. Esta mostra reúne os cerca de 30 trabalhos dos artistas que passaram à fase final e que compõem, a partir de agora, a mostra itinerante que passará ainda pelos municípios de Torres Novas (Teatro Virgínia, 24 de Janeiro a 5 de Fevereiro), Coimbra (Casa da Cultura, 9 a 17 de Fevereiro), Abrantes (Biblioteca Municipal, 21 de Fevereiro a 2 de Março), Tomar (Biblioteca Municipal, 7 a 17 de Março), Leiria (Estádio Municipal, 21 a 31 de Março) e Ourém (Centro de Negócios, 9 a 20 de Abril). No final deste percurso serão anunciados os respectivos prémios.
Os vencedores verão então os seus trabalhos reconhecidos publicamente, com posterior edição em livro. Isto para além dos prémios monetários de 15 mil euros para o melhor trabalho artístico, e de 2500 euros para menções honrosas aos trabalhos apresentados nas categorias Vias de Comunicação, Ambiente, Construção Civil e Recursos Hídricos. A melhor representação artística apresentada por cada município merecerá ainda um prémio de 2000 euros.
António Barroca Rodrigues, presidente do Conselho Geral do Grupo Lena, explica que esta iniciativa "constitui um desafio de aproximação e sensibilização à comunidade, com o objectivo de a envolver, na apreciação e valorização do trabalho artístico. Por outro lado o Grupo Lena promove, não só as obras construídas em cada município, mas também os próprios artistas plásticos, que ao terem as suas obras expostas em diversos municípios, verão divulgadas as suas formas artísticas".

Grande descoberta na Batalha | Primeiro Stegossáurio na Europa

Quando, em Agosto de 1999, Rui de Sousa Pinheiro e o seu filho passeavam entre a Ribeira da Calva e o Casal Novo, junto à Rebolaria, estavam longe de imaginar que esse se iria tornar um passeio histórico. Sempre atento ao chão pisa, à procura de vestígios do passado, fósseis, pedras ou artefactos, Rui encontrou algo que imediatamente lhe pareceu um osso de dinossáurio e prontamente comunicou o facto ao Museu Nacional de História Natural (Universidade de Lisboa).
Uma equipa de investigadores, sob a responsabilidade do professor Galopim de Carvalho, uma das maiores autoridades nacionais no estudo dos dinossáurios, procedeu à execução de uma vala de sondagem, logo em Setembro desse ano, e considerou ser muito promissor o potencial paleontológico da jazida, pelo que se fez uma escavação em Junho de 2000 e uma outra dois anos depois. Os processos foram conduzidos pelo paleontólogo Pedro Dantas, responsável pelo entretanto criado Laboratório de História Natural da Batalha, e por Francisco Ortega, da Faculdade de Ciências da Universidade Nacional de Educação à Distância e da Unidade de Paleontologia da Universidade Autónoma de Madrid (UAM), ambas de Espanha. Os trabalhos foram maioritariamente suportados pela Câmara Municipal da Batalha, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e, mais recentemente, pelo protocolo de colaboração entre a Junta de Comunidades de Castilla-La Mancha (Espanha) e a UAM,
A jazida de Casal Novo é constituída, essencialmente, por paleocanais de argilas, de arenitos, de conglomerados, de brechas e de paleossolos incipientes. Estes depósitos, segundo alguns autores, pertencem à formação das "Camadas de Alcobaça" (mais propriamente à parte superior desta formação), para os quais, com base nos estudos de amonites, de microfósseis e das próprias litologias, se atribui a idade do Jurássico superior, entre os 148 e os 153 milhões de anos.
Foram encontrados múltiplos restos de plantas, muitos icnofósseis de invertebrados (possivelmente atribuíveis a larvas de insectos e/ou a anelídeos), peixes com escamas ósseas fracamente representados, alguns restos de crocodilos de características modernas, abundantes ossos de dinossáurios do grande grupo dos dinossáurios couraçados (tireóforos), pertencentes a Stegossáurios, entre outros. Os ossos estão, na sua maioria, completos e apresentam um razoável estado de conservação, ainda que, nalguns casos, a sua proximidade em relação à superfície do terreno lhes tenha provocado alterações de natureza física e também química.

Novidade
Após o estudo aprofundado desde achado, foi agora feita a sua publicação, na prestigiada revista alemã de investigação científica "Naturwissenschaften", classificando-o como Stegosaurus. A grande novidade reside no facto de ser o primeiro desta família encontrado na Europa, pois era até agora apenas registado na América do Norte. "Os primeiros restos a serem reconhecidos pelo mundo científico como atribuíveis a este dinossáurio remontam ao distante último quartel do séc. XIX; contudo, embora Stegosaurus fosse até aqui considerado abundante no Jurássico Superior da América-do-Norte, nunca tinha sido assinalado fora do continente americano", afirma o paleontólogo Pedro Dantas, salientando que o achado batalhense " faz parte, desde há muito, do imaginário de jovens e adultos, pois representa uma das formas mais clássicas de dinossáurios".
De facto, no Jurássico Superior da Europa (em Inglaterra, França, Portugal e Espanha) apenas tinha sido identificado um género parecido com este grupo, de uma forma conhecida por Dacentrurus, também passível de atingir grande porte. Portanto, "novas interpretações e outros estudos se exigem à comunidade científica, porque o que se sabia até há pouco tempo é que só na América do Norte existia este dinossáurio", refere a equipa multidisciplinar dos dez especialistas que assinam o estudo.
Os restos de stegossáurios encontrados nesta jazida apontam para (pelo menos) dois indivíduos, de porte distinto. Um deles, o exemplar de menores dimensões, é atribuível ao género Stegosaurus. Mas outros restos encontrados noutros níveis, não abordados neste trabalho, apontam para, pelo menos, mais um exemplar de dimensões bem superiores, entre 4 a 5 metros de comprimento, 2 metros de altura e 1 tonelada de peso.
O seu habitat seria um ambiente de água doce, mais propriamente um regime fluvial pouco profundo, com situações sucessivas de imersão e emersão. Em termos gerais, o clima era quente e seco, aumentando logicamente o teor da humidade com a proximidade das zonas alagadiças.
No final do Jurássico, as terras emersas da América do Norte e da Europa ocidental, em particular da Península Ibérica, estavam muitíssimo mais próximas entre si do que se encontram hoje, dado que o oceano Atlântico estaria apenas no início da sua abertura. "Apesar da tendência, a nível global, não favorável ao contacto de faunas terrestres entre distintas terras emersas separadas por consideráveis extensões de água, muitos dados nos levam a crer que o contrário se estava a passar à escala regional no Proto Atlântico-Norte, por irónico que pareça, relacionado com o fenómeno de abertura do próprio Oceano Atlântico", adiantam os investigadores. Isto partindo da análise detalhada às bacias sedimentares que se encontravam de um e de outro lado do incipiente Atlântico-Norte, que revelou um registo sedimentar muito semelhante entre si, bem como uma história tectónica comum, a que não será alheia, decerto, esta fase inicial de expansão do Atlântico na sua parte setentrional. "Precisamente, indica-nos que um importante impulso de abertura (expansão) do oceano, durante o Jurássico Superior, teve um período posterior e consequente de regressão, que afectou regional e sincronicamente as diversas bacias sedimentares distribuídas nesta região do Atlântico. Esta tendência regressiva, operada entre os 153 e os 148 milhões de anos, põe emersas extensas zonas, normalmente inundadas, e reduz as barreiras marinhas entre a América-do-Norte e a Península Ibérica".

Contributo científico
Em conclusão, os autores deste estudo apontam alguns pontos de relevância científica do seu trabalho:
- Amplia a diversidade conhecida de Stegossáurios, quer na Península Ibérica, quer na Europa, e aumenta a sua distribuição geográfica, pela primeira vez, com segurança, fora da América do Norte;
- Reforça a hipótese da semelhança faunística entre as terras emersas de ambos os lados (América-do-Norte e Europa ocidental) do ainda incipiente Atlântico-Norte, durante o Jurássico Superior, há aproximadamente 150 Milhões de anos atrás;
- Ajuda a sustentar a possibilidade de contactos entre as faunas, sobretudo de dinossáurios, de ambos os lados do antigo Oceano Atlântico.
LMF

Três "maravilhas" do Distrito nas finalistas

Governo Civil de Leiria dá apoio ao concurso nacional
Conforme noticiámos na última edição, a par da declaração das novas 7 maravilhas do mundo, que se encontra actualmente em concurso, está também aberta a eleição das 7 maravilhas de Portugal, iniciativa que conta com o apoio do Ministério da Cultura.
Dos 21 candidatos a integrar esta lista, três localizam-se no distrito de Leiria: Mosteiro da Batalha, Mosteiro de Alcobaça e Castelo de Óbidos. "É com grande satisfação que encaramos a integração na lista de finalistas do concurso ‘7 Maravilhas de Portugal’ destes monumentos, que encerram um enorme potencial, tanto mais que os dois primeiros constituem Património da Humanidade, classificado pela UNESCO", refere o Governo Civil de Leiria em comunicado, adiantando que "efectivamente, a nossa região é caracterizada pela riqueza do património histórico e arquitectónico, com grande potencial de atracção turística".
Assim, esta entidade está a associar-se à iniciativa, que considera "promotora da riqueza arquitectónica de Portugal", tendo feito um convite a todos os cidadãos do distrito a "participar de forma activa nesta eleição, votando nos seus monumentos preferidos", através do sitio na internet www.7maravilhas.pt, até ao dia 7 de Julho de 2007. O conselho especial, claro está, vai para o voto nas três das maravilhas integram o território distrital, para as quais o Governo Civil delineou uma estratégia de promoção junto dos cidadãos e das instituições. Uma das formas de o por é prática é colocar "em toda a correspondência expedida (cartas, faxes, mensagens de correio electrónico) um autocolante com as imagens destes três monumentos, incentivando os cidadãos a apoiarem a eleição dos mesmos". Na sua página na internet (www.gov-civil-leiria.pt), encontra-se também uma barra com essas imagens, que permite o acesso directo à página da votação.
Além disso, o Governo Civil está a enviar a todos os municípios do distrito, bem como a dezenas de outras instituições regionais e locais, "milhares de autocolantes de promoção dos nossos monumentos, para que possam também circular na correspondência expedida por essas entidades".

Violência preocupante na Batalha

Não podemos dizer que haja motivo para pânico ou que a situação esteja "descontrolada", mas a verdade é uma vaga de incidentes violentos, ocorridos nos últimos dias, começa a preocupar as pessoas, sobretudo comerciantes da região.
Só para recordar, um dos casos mais graves registou-se no dia 6 deste mês, numa tentativa de assalto à mão armada à ourivesaria Coruchéu, em pleno coração da vila da Batalha. Os proprietários reagiram, conseguiram vir para a rua pedir socorro e evitaram o roubo. Não conseguiram evitar, contudo, as agressões físicas que os dois assaltantes lhes infligiram, a ponto de terem de ser assistidos no Hospital de Santo André. Não foi mais grave porque a pistola usada seria de alarme, mas uma semana depois, numa ourivesaria da Bajouca, num outro assalto do género, o proprietário acabou por falecer, vítima de agressões à faca e com armas de fogo.
Na tentativa de compreender este tipo de ocorrências e a forma de as combater, o presidente da Câmara Municipal da Batalha, António Lucas, convocou para o dia 16 uma reunião com responsáveis da Guarda Nacional Republicana da Batalha e alguns comerciantes da vila. O objectivo deste encontro, de acordo com o autarca, foi sobretudo "fazer um ponto da situação acerca da forma como o dispositivo de segurança se encontra em funcionamento na Batalha".
Curiosamente, no mesmo dia em que decorreu esta reunião, ocorreu um assalto à mão armada num café de Santo Antão, em que três assaltantes agrediram um vendedor e fugiram na sua carrinha, carregada de tabaco no valor de 15 mil euros.
Como dissemos no início do texto, não será motivo para pânico, mas não deixa de ser preocupante. Por isso, esperamos que do encontro da autarquia com a GNR e os comerciantes possam sair algumas pistas para uma acção mais concertada de prevenção e segurança. Para já, ficou prometido um policiamento reforçado junto à zona comercial, sobretudo em dias de maior movimento na vila. Por outro lado, os comerciantes foram aconselhados e reforçar os sistemas de alarme e a prestarem atenção à prevenção.
De qualquer modo, os índices de criminalidade no nosso concelho continuam a ser dos mais baixos da região, segundos números apontados pelas forças policiais. O que não descansa completamente o presidente da autarquia, que, por diversas vezes, tem pedido o aumento dos meios humanos e materiais da GNR na Batalha, alertando para a grande circulação de não residentes que se regista diariamente na vila.

Rede Social do Pinhal Litoral

Os presidentes dos Conselhos Locais de Acção Social (CLAS) das Redes Sociais da Batalha, de Porto de Mós, da Marinha Grande, de Leiria e de Pombal constituíram, formalmente, a Plataforma Territorial Supraconcelhia do Pinhal Litoral, coordenada pelo director do Centro Distrital de Segurança Social, Fernando Gonçalves.
Estas plataformas visam consolidar as redes sociais no território nacional e têm como finalidade promover o planeamento concertado supraconcelhio para a organização dos recursos e das respostas e equipamentos sociais, através da articulação dos instrumentos de planeamento locais com as medidas e acções de âmbito nacional.
As plataformas são constituídas por representantes dos centros distritais de segurança social, representantes dos governadores civis, dirigentes das entidades e serviços relevantes da administração pública, presidentes dos CLAS, representantes das IPSS, representantes das ONG e representantes das associações empresariais e sindicais.
De entre as suas competências, destacam-se as seguintes: debater estratégias para a concretização do Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI); garantir a articulação das iniciativas desenvolvidas pelas diferentes parcerias de âmbito concelhio que actuam no plano nacional; promover reuniões temáticas sectoriais para aprofundar o conhecimento e análise dos problemas sociais do território, tendo em conta a dimensão do género.
As plataformas supraconcelhias são coordenadas pelos directores dos Centros Distritais de Segurança Social, competindo-lhes convocar e presidir a 4 reuniões anuais e assegurar o apoio logístico e administrativo destas reuniões. No caso da Plataforma do Pinhal Litoral, foram já agendados estes quatro encontros, o primeiro dos quais no início de Fevereiro.
De referir que, segundo o decreto-lei que regulamenta esta matéria, até 31 de Dezembro de 2006 deveriam ter ficado constituídas as 28 plataformas supraconcelhias definidas para o território nacional.

Onda de solidariedade continua | Emigrantes ajudam a Liliana


Um grupo de emigrantes da Golpilheira, a residir na Inglaterra, ao terem conhecimento das iniciativas que se realizaram para ajudar a Liliana Silva, quiseram também manifestar a sua solidariedade e apoio. Colocaram mãos à obra e, entre os golpilheirenses residentes em Londres e alguns amigos, realizaram um peditório, no qual angariaram 600 euros.
Também de Londres, do clube português "A Família", recebemos a seguinte comunicação:
"Junto enviamos comprovativo de transferência bancária, no valor de 1489,10 euros, como contribuição de apoio à jovem Liliana Silva, que bem merece o nosso contributo. Seria para nós muito agradável poder enviar uma importância mais elevada, mas como compreenderão somos uma associação modesta que não recebe apoios oficiais de nenhuma espécie. Resta-nos desejar tudo de bom na vida da jovem Liliana, e que o futuro lhe sorria. Sempre ao dispor, também nos momentos menos felizes dos nossos conterrâneos. Londres, 15 Janeiro 2007. O presidente, Augusto Nunes."
São de enaltecer estes gestos de amizade para com um conterrâneo, por parte de quem está longe, mas com o coração perto da sua terra.
Recordamos que a Liliana sofreu um grave acidente em Abril de 2006, encontrando-se ainda em estado de inconsciência, prosseguindo a sua lenta recuperação numa instituição especializada. A família, que luta com dificuldades, agradece mais estas provas de carinho e solidariedade.
Vanessa Silva